Pré-candidato a prefeito do Rio, o deputado estadual Rodrigo Amorim (União) apresentou um projeto de lei para “proceder a limpeza e desinfecção da Aldeia Maracanã visando à reurbanização e reintegração ao estado”. E, dias depois, foi caminhar nas imediações da ocupação, que fica bem ao lado do estádio.
Não deu outra. Foi xingado e hostilizado. Alguns indígenas, de celular em punho, começaram a gravar imagens do moço, acusando-o de intimidação. Amorim até parou para conversar, mas sua presença no local não foi bem recebida.
As imagens foram postadas nas redes sociais oficiais da própria Aldeia Maracanã, num protesto contra o deputado, que defende a retirada dos indígenas e a retomada do imóvel pelo estado. Houve uma chuva de comentários — muitos deles, de parlamentares de esquerda, especialmente os do PSOL, partido que apresentou um projeto de lei no sentido contrário ao de Amorim, buscando a legalização da ocupação e a transformação do espaço numa universidade indígena.
Um dos comentários foi da vereadora Tainá de Paula, ex-secretária de Meio Ambiente da prefeitura de Eduardo Paes (PSD), principal adversário de Amorim nas eleições de outubro.
Treta nas redes sociais
“Esse Rodrigo Amorim é xenofóbico demais”, disse Tainá.
“Está me acusando em público de cometimento de crime, vereadora? É isso mesmo? Me caluniando abertamente”, respondeu Amorim, na mesma postagem.
O deputado diz que estão tentando politizar e dar contorno ideológico ao objetivo de promover o desenvolvimento do Rio.
“Desde o início do meu primeiro mandato defendo a reintegração. Trata-se de um espaço degradado de 14 mil metros quadrados, propriedade do estado. Após inúmeras diligências, obtivemos laudos de autoridades de segurança, saúde, assistência social e defesa civil atestando a degradação e insalubridade do lugar”, defendeu.
Procurada, Tainá preferiu encerrar a treta com o comentário feito na postagem mesmo — não retornou.