O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) cobrou informações da Cedae sobre as medidas adotadas diante da presença do poluente químico/industrial no manancial no Sistema Imunana-Laranjal, provocando suspensão no abastecimento de água das mais de 2 milhões de pessoas nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, parte de Maricá e na Ilha de Paquetá.
Por causa do tolueno no manancial, o fornecimento foi paralisado às 5h59 desta quarta-feira (03) e segue sem previsão de retorno até o momento. Com a falta de abastecimento, os moradores dos municípios já estão sofrendo com a alta de preços na água mineral. O líquido no galão, que custava R$ 9 sem o recipiente, já está sendo vendido a R$ 25 em alguns pontos de Niterói:
“Inviavel, tá? Ele quer colocar só a água a R$ 25 (do galão). Não tem condições. Para você ver, o brasileiro é f%#$* da p*#@, gosta de ganhar na desgraça”, lamenta uma das participantes de grupos de moradores de Niterói.
A falta de abastecimento e contaminação promoveu uma corrida aos supermercados. Muitos moradores começaram tentam garantir estoque de água e as garrafas com o precioso líquido também estão evaporando das gôndolas.
Cobranças
Em ação conjunta, o grupo temático do MP busca entender as causas, os riscos envolvidos e o que está sendo feito pelos órgãos e entidades responsáveis pela preservação e monitoramento do manancial para apurar as responsabilidades. O MPRJ apura também os impactos no abastecimento potável de água nos municípios afetados pela paralisação da operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Laranjal.
A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Friburgo oficiou a Cedae para que informe o que provocou a poluição, quais medidas foram adotadas para garantir a segurança da água que chega à população e a previsão para normalidade da operação.
A concessionária tem até a tarde de sexta-feira (05) para enviar relatórios de monitoramento, ações de prevenção e mitigação adotadas para prevenir captação da água bruta contaminada, medidas do plano de contingência adotadas, bem como relatórios preliminares com a identificação dos possíveis responsáveis.
A promotoria também pediu que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informe sobre a realização de fiscalização e investigação em curso pelo órgão para identificar as possíveis fontes de contaminação e os prováveis responsáveis.
Vazamento
Segundo representantes da Secretaria de Estado de Ambiente e da Cedae, há indícios de que o vazamento químico saia de um oleoduto da Petrobras. A estatal afirma que não tem usado o duto para transporte de substâncias.
Em nota, a Transpetro – subsidiária responsável pelos dutos da Petrobras – informou que “não identificou qualquer despressurização nos dutos que passam pelo município de Magé” e “mobilizou imediatamente suas equipes para a região com o objetivo de realizar inspeção visual na faixa de dutos”. “Até o momento não foi localizada nenhuma anormalidade”, informou a nota, enviada às 17h50.