Nota atualizada às 19h para incluir resposta enviada pela Alerj
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) publicou uma edição extraordinária do Diário Oficial, na tarde desta segunda-feira (04), para anular a nomeação de Eduardo Sobreira Moraes, foragido da Justiça pela suspeita de envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo.
Eduardo foi nomeado no Departamento de Patrimônio da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) no Diário Oficial de 1° de março, poucos dias depois da morte do advogado, ocorrida dia 26 de fevereiro. Pela tabela, o salário do cargo é R$ 2.190,31, sem contar auxílio-alimentação, que é pago em dinheiro e gira em torno de R$ 3 mil.
Em nota, a Alerj informou que Eduardo não chegou a tomar posse. “Assim que tomou conhecimento sobre o caso e antes mesmo de ter sido realizada a posse, a Alerj tornou o ato de nomeação sem efeito em publicação no Diário Oficial”, diz a íntegra do texto enviado pela assessoria.
De acordo com as investigações, Eduardo foi o responsável por vigiar o advogado e, no dia do crime, por guardar a vaga do carro onde estava o executor. Eduardo e o policial militar Leandro Machado da Silva, lotado no 15° BPM (Duque de Caxias), estão sendo procurados pela polícia pela participação no assassinato.
As investigações indicaram que o policial militar Leandro Machado teria alugado um dos veículos usados no crime. O sócio da locadora de automóveis apontou Leandro como um cliente antigo, que é segurança de Vinícius Pereira Drumond, vice-presidente da Imperatriz Leopoldinense e filho do falecido contraventor do jogo do bicho Luiz Pacheco Drumond, o Luizinho Drumond.
O sócio da locadora, que fica na Taquara, Zona Oeste do Rio, apresentou aos policiais registros de outros aluguéis feitos pelo PM para Vinícius. Também chamou atenção que, durante o depoimento, o contraventor teria feito ligações para o celular do dono da locadora, segundo a polícia.
A DH chegou a pedir que a Justiça determinasse busca e apreensão em endereços relacionados a Vinícius. Mas foi negado, sob o argumento de que “faltavam elementos” para ligação dele no homicídio.
O crime
Rodrigo Crespo era sócio do escritório Marinho e Lima Advogados, que é especializado em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. O assassinato ocorreu na calçada, em frente ao escritório.
Segundo testemunhas, um homem de touca ninja, em um Gol branco, parou ao lado do advogado e fez os disparos. O suspeito teria chamado o advogado pelo nome antes de atirar contra ele.
De acordo com as investigações, Eduardo foi o responsável por vigiar e monitorar a vítima e, na manhã do dia 26, seguiu Crespo desde o momento em que o advogado saiu de casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, até chegar ao trabalho, no Centro da cidade. Já o PM Leandro teria cuidado diretamente dos veículos usados na ação.
O Gol branco conduzido por Eduardo (placa RKS6H29) permaneceu estacionado na Avenida Marechal Câmara até as 14h27, quando cedeu a vaga a outro veículo da mesma marca e cor, placa RTP-2H78. Nele estava o assassino.
A polícia chegou até Leandro e Eduardo depois de identificar os carros usados do crime. Com isso, os investigadores detalharam as rotas feitas e a analisaram câmeras próximas à residência de Rodrigo.
O carro usado por Eduardo, que pertence à locadora de automóveis, foi devolvido três dias após o crime. Quando os policiais o encontraram, ele já havia sido alugado por outra pessoa na sexta-feira (01).