Dias antes do Complexo do Maracanã entrar na lista de bens que o governo pode vender, deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia do Rio (Alerj) se reuniram com o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap. O encontro aconteceu no gabinete do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e reacendeu a rivalidade entre ele e o prefeito Eduardo Paes (PSD) – ambos pré-candidatos ao governo em 2026. As informações são são do RJ2.
A reunião discutiu a inclusão de 32 novos imóveis na lista poucos dias antes do projeto ser aprovado pela CCJ. Segundo o relator, Alexandre Knoploch (PL), o Flamengo aproveitou a reunião para demonstrar interesse na possível compra do estádio.
“O clube vê com bons olhos. É o único com estrutura e torcida para manter o Maracanã de pé”, afirmou.
Avaliado em cerca de R$ 2 bilhões, o complexo é visto como um ativo capaz de gerar receita e projeção política, em meio ao esforço do governo Cláudio Castro (PL) para reduzir dívidas com a União. O projeto que vende o Maracanã e mais 61 imóveis ainda deverá ser votado em plenário pelos deputados.
Estádio do Flamengo e a corrida pelo governo
Nos bastidores, a inclusão do Maracanã na lista foi percebida como uma jogada política de Bacellar. A venda definitiva do estádio ao Flamengo fortaleceria sua imagem eleitoral e, de quebra, tiraria de Paes o trunfo de ter articulado o projeto do novo estádio do clube no terreno do Gasômetro.
A construção da arena no Centro perdeu ritmo nos últimos meses. O Flamengo assinou um acordo com a prefeitura que elimina o prazo de quatro anos para concluir a obra, e Paes chegou a afirmar nas redes sociais que a decisão sobre o futuro do estádio “depende apenas do clube”.
Consórcio Fla-Flu ainda mantém concessão
O Maracanã segue administrado pelo consórcio formado por Flamengo e Fluminense, que tem concessão até 2044. O contrato prevê pagamento anual de R$ 20 milhões ao Estado e investimentos de R$ 186 milhões ao longo de 20 anos. O grupo afirmou que pretende cumprir o acordo até o fim.

