Universidades no Rio fazem a arrecadação de absorventes com objetivo de combater a pobreza menstrual. Até o dia 25 de abril de 2025, o Instituto Yduqs realiza a campanha Adote um Ciclo, do Instituto Ela – Educadoras do Brasil, em parceria com instituições de ensino superior, como Estácio, Ibmec, Idomed e Wyden.
A iniciativa tem como propósito garantir dignidade e minimizar os impactos da pobreza menstrual, que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, inclusive no Brasil. A falta de acesso a itens básicos de higiene durante o período menstrual pode comprometer a educação, o trabalho e a saúde de muitas mulheres.
Nas unidades do Ibmec Centro e Barra, os itens podem ser deixados na caixa de doação localizada nas respectivas recepções, de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Os endereços das unidades são: Avenida Presidente Wilson, 118, Centro e Avenida Armando Lombardi, 940, Barra da Tijuca.
Além das instituições Wyden, Estácio, Ibmec e Idomed, qualquer pessoa pode apoiar a campanha. Quem desejar pode contribuir com doações financeiras pelo site Ajudei.org, ajudando o Instituto Ela a adquirir os itens necessários.
Importância dos absorventes no combate à pobreza menstrual
Segundo a pesquisa Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos (Unicef/UNFPA, 2021), 713 mil meninas brasileiras vivem sem banheiro ou chuveiro em casa, e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.
“A pobreza menstrual não é apenas uma questão de saúde pública, mas também um reflexo das desigualdades sociais que afetam milhões de meninas e mulheres. Quando estudantes deixam de ir à escola por falta de absorventes, estamos falando de um ciclo de exclusão que impacta diretamente a educação, a autoestima e as oportunidades futuras dessas pessoas. Campanhas como esta são fundamentais para conscientizar a sociedade e promover mudanças reais a partir do engajamento de todos os envolvidos”, destaca a socióloga e docente da Wyden, Kenia Kemp.
Além disso, a falta de acesso a absorventes pode provocar sérios problemas de saúde.
“A menstruação é um processo natural na vida da mulher, e não deve ser vista como um obstáculo à sua dignidade. Como profissional, acredito firmemente na importância de trazer essa discussão para o ambiente universitário. É essencial que futuros profissionais compreendam essa realidade e reconheçam o impacto significativo que ela tem na sociedade. Promover essa conscientização é uma iniciativa essencial para a saúde e a inclusão das mulheres”, explica Giovanna Milan, docente do Idomed, médica ginecologista e obstetra.