Falta mais de um ano para a eleição de 2026, mas a treta já está animada entre os principais postulantes ao Palácio Guanabara, Eduardo Paes (PSD) e Rodrigo Bacellar (União). A ponto de apimentar até a normalmente esvaziada sessão de quarta-feira da Câmara de Vereadores.
Depois de o fiel escudeiro do prefeito, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), responder a uma provocação feita por Bacellar sobre a contratação de empréstimos pelo município, foi a vez da tréplica do vereador Paulo Messina (PL), que saiu em defesa do grupo governador Cláudio Castro (PL).
“O estado foi quebrado pelo grupo político do Eduardo Paes. Cabral, Pezão. Com essa resposta, eles parecem aqueles trombadinhas que batem sua carteira e gritam ‘pega ladrão’. Vocês quebraram o estado e estão quebrando a prefeitura também. Em 2021, vocês fecharam com quase R$ 5 bi de superávit com o dinheiro da Cedae. Em 2022 fecharam com quase R$ 1 bi de déficit. Em 2023, R$ 1,3 bilhão de déficit. Em 2024, R$ 682 milhões e, em 2025, tiveram que parar as obras porque não há mais dinheiro”, disse Messina.
Líder do governo Paes na Câmara do Rio, Márcio Ribeiro (PSD) prontamente rebateu Messina. Embora tenha ressaltado seu respeito pelo colega, classificou a fala do parlamentar do PL como “um absurdo”.
“Não tem como ouvir o que o Messina falou e não se posicionar. Um absurdo a gente ter que ouvir isso. Ouvir que o prefeito Eduardo Paes, que nunca foi governador, é responsável pelo estado estar quebrado. É um absurdo porque o partido que o nobre colega faz parte é ligado diretamente aos governadores anteriores, responsáveis pelo estado quebrado. A marca desse governo estadual vai ser a falência da segurança pública e a corrupção com a criação da Ceperj”, rebateu Ribeiro.
Rafael Satiê (PL) endossou a fala de Messina: “São escândalos em cima de escândalos, a fama do atual prefeito é de trair aliados e abandonar o barco. Foi assim com quem o colocou na política. E agora querem que a gente aplauda empréstimos de R$ 6 bilhões como se isso fosse virtude?”. O vereador ainda mirou em episódios como o escândalo da Odebrecht e a farra dos guardanapos: “O Maracanã custou dez vezes mais numa reforma. Quem estava no comando? O grupo político do prefeito. E ninguém viu?”.
Entenda a mais recente treta entre Paes e Bacellar
Cumprindo, no interior do estado, suas primeiras agendas como governador em exercício, Rodrigo Bacellar esquentou o clima de pré-campanha para o Palácio Guanabara em 2026. O também presidente da Assembleia Legislativa provocou o prefeito do Rio e seu principal adversário na disputa, Eduardo Paes.
Em discurso, lembrou que o prefeito da capital já pediu três empréstimos desde que retornou ao cargo, em 2021. Por outro lado, enfatizou que o governo de Cláudio Castro foi o primeiro, em 25 anos, a não pedir um único centavo de empréstimo.
Fiel escudeiro de Paes, o deputado Pedro Paulo, presidente estadual do PSD, foi às redes sociais rebater a provocação — e Paes repostou.
“Discurso meio primário. A diferença é que a prefeitura paga em dia e o estado dá calote. Além disso, quem tem boa gestão pode se endividar de forma responsável. Quem não tem, condena o estado e seu povo à vergonha e às consequências de ser seguidamente o lanterna do investimento público do país”, disse o deputado.