A Câmara do Rio vai promover, nesta quarta-feira (19), a audiência pública sobre o polêmico projeto da Força Municipal de Segurança enviado pela Prefeitura do Rio.
Mas, para preparar o terreno, o prefeito Eduardo Paes (PSD) vai mandar os técnicos do governo ao velho Palácio Pedro Ernesto amanhã. Eles terão a missão de explicar, tintim por tintim, os detalhes do projeto.
O ‘defensor da segurança’
Quem vai pôr a cara na Câmara para defender a Força será, mais uma vez, o vice-prefeito Eduardo Cavaliere — e não o secretário municipal da Ordem Pública, Brenno Carnevale.
Com a escalação, Paes quer dar o tamanho e a importância do projeto.
E também quer atrair para Cavaliere o protagonismo da causa — ainda mais se a proposta for aprovada.
Força sem estabilidade
A audiência foi convocada pelas comissões de Segurança Pública e de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público. No centro do debate, o projeto que transforma a Guarda Municipal na nova corporação — que, por sua vez, será equipada com uma divisão de elite denominada Força de Segurança Armada, autorizada a usar arma de fogo.
O presidente da Câmara, Carlo Caiado (PL), está otimista.
“Acho ótimo audiência pública. Todos ficam sempre muito motivados”, diz, Caiado, que não teme o confronto entre governistas e oposição. “Zero de preocupação”.
Mas, já dá para dizer que a vida do governo não será fácil. A começar pelo próprio presidente da Comissão de Segurança, Rogério Amorim (PL), não são poucos os vereadores contrários à ideia.
“São vários os problemas no projeto do governo, a começar pela falta de estabilidade da Força de Segurança Armada, que será formada por servidores temporários. Qualquer contratação temporária não pode exceder seis anos. E o que esse grupo treinado para usar armas vai fazer depois de seis anos? Vai para a rua. Vai trabalhar onde? Na milícia? Força de segurança tem que ter estabilidade e plano de carreira”, diz Rogério Amorim, antecipando o barulho do debate.