Uma análise para determinar a concentração de tolueno nas águas do Sistema Imunana-Laranjal detectou a presença de 59 microgramas por litro dessa substância num dos pontos do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, perto de um duto desativado da Petrobras. O índice chega quase ao dobro do limite permitido, que é de 30 microgramas.
O tolueno é uma substância altamente tóxica. Ele é um solvente usado na produção de tintas, colas, gasolina e na fabricação de borrachas. Ingerido em pequena quantidade, pode causar naúsea e tontura; e, em doses elevadas, câncer e insuficiência renal. A presença do poluente foi o que fez a Cedae interromper o abastecimento de água do Sistema Imunana-Laranjal, afetando moradores de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Ilha de Paquetá, na cidade do Rio.
O fornecimento foi paralisado às 5h59 da última quarta-feira (3) e, até o momento, segue sem previsão de retorno. A falta de abastecimento, gerou o “superfaturamento” do galão de água mineral nos municípios atingidos pela paralisação. O líquido no galão, que custava R$ 9 sem o recipiente, já está sendo vendido a R$ 25 em alguns pontos de Niterói. Os moradores correram aos mercados para tentar garantir água potável para o consumo.
Numa ação conjunta, o grupo temático do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) busca entender as causas, os riscos envolvidos e o que está sendo feito pelos órgãos e entidades responsáveis pela preservação e monitoramento do manancial para apurar as responsabilidades. O órgão apura também os impactos no abastecimento potável de água nos municípios afetados pela paralisação da operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Laranjal. Todas as perguntas enviadas à Cedae e ao Inea devem ser respondidas até a tarde desta sexta-feira.