Indicada pelo Republicanos do Rio para vice do deputado federal Alexandre Ramagem, do PL, a deputada estadual Tia Ju divulgou, neste sábado (03), um vídeo informando que não aceitou o convite.
“Quero muito agradecer ao meu partido, ao PL, pela indicação do meu nome. Mas eu vou continuar como deputada estadual aqui na Assembleia, como segunda vice-presidente, trabalhando, nosso mandato continua à disposição de vocês que me elegeram”, disse a deputada.
Universal segue com o prefeito Eduardo Paes
Tia Ju foi indicada pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, um dos mandachuvas do Republicanos do Rio, para compor a chapa com Ramagem. Mas a moça segue a orientação dos líderes políticos da Igreja Universal do Reino de Deus, que está trabalhando pela reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Paes tratou de fazer o dever de casa com o grupo político da igreja — liberando sua bancada na Câmara de Vereadores para aprovar as contas do ex-prefeito Marcelo Crivella, e abrindo espaços para os vereadores Tânia Bastos e Inaldo Silva. Além isso, nomeou João Mendes de Jesus como secretário de Inclusão Religiosa, abrindo vaga para Deangeles disputar o cargo de vereador.
O atual coordenador político, o pastor e deputado estadual Daniel Librelon também não tem se mostrado favorável. E, para piorar, lá de São Paulo vem a pá de cal nos sonhos de Eduardo Cunha de ter Tia Ju de vice de Ramagem: o bispo Alessandro Paschoal, que coordena de forma mais abrangente o grupo político da Igreja Universal também não quer.
Paschoal é o coordenador nacional do Grupo Arimateia da Universal, responsável pela formação política dos fiéis evangélicos. Segundo fontes do Republicanos, ele tem tanta influência quanto o deputado federal Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos e bispo licenciado da igreja.
Tia Ju, detentora de três mandatos como deputada estadual, por sua vez, não quer briga com seu grupo político e, por isso, deve dizer não ao convite. Nas fileiras da IURD há mais de 30 anos, ela já viu o que acontece com quem desagrada a turma, como o ex-deputado Bispo Caetano que nunca mais teve os votos transferidos pela instituição.