As empresas responsáveis pelo transporte público de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, emitiram um alerta nesta quinta-feira (26) sobre o risco de colapso do serviço e um possível aumento de 22% na passagem de ônibus, caso a prefeitura não tome medidas para equilibrar as finanças do setor.
De acordo com as operadoras Dedo de Deus e 1º de Março, a tarifa, atualmente em R$ 5,30, pode subir para R$ 6,47 nos próximos meses devido ao desequilíbrio tarifário gerado pela falta de repasses para as gratuidades concedidas a idosos, estudantes e outros grupos.
O estudo técnico apresentado pelas empresas, realizado em agosto, indicou que a tarifa ideal seria de R$ 5,86, mas, com a inclusão dos custos das gratuidades não financiadas, o valor aumenta. Elas alegam que o não repasse dos custos pela prefeitura para cobrir as gratuidades está deixando as empresas em dificuldades financeiras, comprometendo a qualidade do serviço e impedindo novos investimentos.
Quase 50% dos embarques são por gratuidade
Além do aumento do custo do óleo diesel e da previsão de reajuste salarial para os rodoviários, as empresas destacam que, em Teresópolis, quase 47% dos embarques são de passageiros com algum tipo de gratuidade, um número bem acima da média nacional de 22,4%.
Esses benefícios, no entanto, não têm sido pagos pela prefeitura, o que sobrecarrega os passageiros pagantes, cuja renda familiar é de apenas 1,5 salário-mínimo. Sem uma solução, as empresas afirmam que o sistema de transporte público da cidade corre o risco de falir.
Falta de pagamento do 13º salário
A falta de pagamento de benefícios aos servidores públicos também tem gerado tensão em Teresópolis. Na última segunda-feira (23), funcionários da prefeitura realizaram o segundo protesto contra a não quitação do 13º salário, que deveria ter sido pago no dia 20 de dezembro.
No sábado (21), os manifestantes já haviam se reunido em frente a um restaurante de propriedade do prefeito Vinicius Claussen (PL), onde foram impedidos de realizar o protesto, resultando em prejuízos para o empresário. Os servidores colaram cartazes com palavras de ordem na árvore de Natal da prefeitura, chamando o prefeito de “caloteiro”.
O Sindicato dos Servidores Públicos (SindPMT) informou que, durante a última sexta-feira (20), o secretário de Governo, Vinicius Oberg, alegou que não havia recursos para o pagamento do 13º, levando o sindicato a protocolar uma Ação Civil Pública (ACP) contra a prefeitura no Plantão Judiciário.
O Tempo Real fez contato com a Prefeitura de Teresópolis e aguarda o retorno de um posicionamento.