A presença do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) Rodrigo Pimentel na pesquisa que a Prefab Future divulgou na semana passada levantou a lebre na política. Pimentel, que não estava no radar até então, apareceu em terceiro lugar nas intenções de voto para o governo do estado, com 5,9% — atrás somente de Eduardo Paes (PSD) e de Washington Reis (MDB).
O que fez brilhar os olhinhos dos dirigentes dos partidos de oposição a Paes.
Pimentel nunca disputou cargo eletivo, mas não sai do imaginário popular desde que serviu de inspiração para o personagem Capitão Nascimento, da franquia de sucesso “Tropa de Elite”. Hoje palestrante motivacional, conta com mais de um milhão e meio de seguidores só numa rede social.
Não à toa, Pimentel tem sido procurado por partidos (como o MDB) — ou, pelo menos, cogitado (pelo PL, por exemplo). Não necessariamente para disputar o comando do Palácio Guanabara, mas para compor a nominata para deputado ou para brigar pelo Senado.
Pelo menos, até agora…
Curi já foi testado em levantamentos anteriores; Pimentel é novato
Outro nome que não sai das listas é o do secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi. Enquanto Pimentel é estreante, o secretário já esteve entre os muito citados para o governo do estado, mesmo sem filiação partidária. Com a operação que levou à morte de 122 pessoas nos complexos da Penha e do Alemão, a popularidade do delegado explodiu.
E, agora, a prisão do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), ressuscitou o caso TH Joias — e não falta gente para lembrar que o primeiro policial a prender o ex-deputado foi justamente Curi. Quando TH ainda frequentava a Alerj e as altas rodas do governo do estado, o homem baixou uma norma na sua secretaria: o então parlamentar não era citado nem convidado a compor a mesa ou o palanque nos eventos oficiais da Polícia Civil
A tiragem não esquece.
Palco da política está iluminado para pré-candidatos ligados à segurança pública
Com a saída de Flávio Bolsonaro (PL) da disputa pelo Senado — ao menos, por enquanto, o moço passou a ser candidato à Presidência da República — o nome de Pimentel cresce na bolsa de apostas. Curi foi aventado para o governo do estado — mas também para o lugar de vice numa chapa encabeçada por um perfil mais político.
Ou seja, os dois podem ser recrutados para a mesma chapa, com potencial para lá de mobilizador.
O certo é que a Segurança Pública virou a grande estrela da eleição de 2026, no que parece ser um caminho sem volta. E os partidos, que de bobos não têm nada, querem aproveitar bem esse momento de palco iluminado.

