O secretário municipal de Ordem Pública, o delegado Brenno Carnevale, informou em depoimento ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPRJ), que, enquanto esteve na Delegacia de Homicídios da Capital, entre 2016 e 2018, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa tentava obstruir investigações de casos ligados a milicianos e bicheiros na capital.
Carnevale citou diretamente as investigações sobre o assassinato de Marcos Falcon, então presidente da escola de samba Portela e morto a tiros em Madureira, na Zona Norte, em setembro de 2016. Segundo o depoimento, Barbosa teria interferido na investigação, que foi prejudicada com o sumiço repentino de inquéritos.
Marcelle Guimarães, filha de Marcos Falcon, relatou que Brenno lhe confidenciou, na época, que o então delegado pediu para “não mexer em nada (sobre as investigações) e passar diretamente pra ele”.
Houve igual sumiço de documentos de outra investigação: as mortes de Haylton Escafura, filho do bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha; e do ex-PM Geraldo Pereira. O inquérito da morte de Geraldo teria desaparecido. No depoimento, o secretário contou que uma outra investigação de homicídio teria sido retirada da responsabilidade por Barbosa, sendo que sua função era justamente a investigação de assassinatos de policiais.
A Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança abriu inquérito, nesta segunda-feira (25), para demitir Barbosa, acusado de ser o mentor da execução da vereadora Marielle Franco, além de acobertar e ter “relações indevidas” com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
Ele também foi demitido da Universidade Estácio de Sá, onde era professor de Direito desde 2003 e coordenador adjunto do curso desde 2022.
Com informações do Diário do Rio