Dois dias após a interdição do camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio, determinada pelo Tribunal de Justiça (TJRJ), a Polícia Militar e a Guarda Municipal ainda não divulgaram um plano de segurança para a região do Mercado Popular.
De acordo com relatos, o local já enfrenta uma onda crescente de insegurança. As principais queixas referem-se à falta de iluminação à noite e ao grande número de pessoas em situação de rua que habitam a área. Parte delas são usuários de drogas que, segundo informações das forças de segurança, costumam cometer furtos para custear entorpecentes.
O número de pessoas em situação de rua, aumentou nos últimos anos, desde a pandemia de 2020.
Segundo dados da Prefeitura do Rio, atualmente há 7.865 indivíduos vivendo em situação de rua, um aumento de 8,2% em relação ao último levantamento. A maioria dessas pessoas (82%) são homens, e 64% possuem o ensino fundamental incompleto.
A PM, em nota oficial, limitou-se a afirmar que a responsabilidade pelo acolhimento e apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade social é da esfera municipal, mas não se manifestou sobre ações de segurança para a área.
Por sua vez, a Guarda Municipal, que conta com um efetivo de 7.312 agentes e 35 unidades operacionais espalhadas pela cidade, não respondeu se possui uma estratégia para aumentar a segurança na região do camelódromo. O espaço permanece aberto para um posicionamento.
O incêndio
O incêndio teve início na manhã de domingo (12) e, em decorrência do episódio, a Defesa Civil Municipal já havia interditado o camelódromo por tempo indeterminado. Não houve vítimas, mas o combate às chamas mobilizou mais de 60 bombeiros de 10 quartéis diferentes.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) desviou o trânsito. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e a concessionária dos serviços de energia Light também enviaram equipes ao local.
Pelas redes sociais, moradores compartilharam imagens das chamas e da fumaça, que foram vistas de diversos pontos da cidade. As causas do incêndio estão sendo investigadas pela Polícia Civil. As lojas do camelódromo da Uruguaiana vendem uma grande variedade de produtos, tais como celulares e outros equipamentos eletrônicos, itens de papelaria e de festa, roupas, calçados e alimentos.
Os boxes afetados se situam no cruzamento da Rua dos Andradas com a Rua Senhor dos Passos, próximo à entrada da estação do metrô.