O representante da Secretaria de Estado de Transportes irritou os deputados estaduais ao não saber respostas e não apresentar nenhum plano da pasta para assumir a gestão do sistema ferroviário no lugar na Supervia. Na audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa nesta terça-feira (11), o assessor-chefe da Setrans, Douglas Susini, disse que são “muitos planos”, sem informar quais.
Como o secretário de Estado de Transportes, Washington Reis (MDB), havia dito que assumiria a gestão até o fim de junho, o deputado Luiz Paulo (PSD) questionou sobre o “plano B” e qual o instrumento jurídico que será usado.
“Não sei informar. São muitos os planos que tem na secretaria. Mas realmente não sei dizer”, disse o assessor Douglas Susini.
“O senhor veio para cá sem as informações devidas. Sem condições de responder as nossas perguntas, sem nem saber o que o secretário prometeu à imprensa”, retrucou o coordenador da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias da Alerj.
Por fim, a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central Logística), vinculada à pasta, entregou uma minuta para avaliação dos parlamentares. Segundo assessoria da secretaria, o presidente da Central Logística, Fabrício Abílio, foi chamado e respondeu a todos os questionamentos dos deputados.
Ausência
Tachada de “supervilã” pelos deputados, a concessionária que opera o serviço de trens de passageiros no Rio não participou da audiência pública feita justamente para discutir os problemas no sistema.
Em carta assinada pelo diretor-presidente da Supervia, Everton Junio Trindade, a concessionária justificou a ausência compromissos referentes à recuperação judicial da empresa.
O presidente da Comissão de Transportes, Dionísio Lins, classificou a ausência como um descaso com a população. O parlamentar lembrou ainda que a concessionária, de 2000 até 2022, só pagou R$ 5,75 milhões dos R$ 30,3 milhões referentes a um total de 174 multas aplicadas pela Agetransp, ou seja, 19% do total.
Ainda que a crítica maior tenha ficado com a Supervia, os parlamentares também não pouparam o governo: “O estado foi negligente. Qualquer atividade tem que se planejar, organizar, comandar e controlar. E foi exatamente isso que não aconteceu ao longo dos anos. E o sintoma mais sensível é que em, uma década, a pasta teve oito secretários de estado”.