A concessionária Supervia, que opera o serviço de trens de passageiros no Rio de Janeiro, não participará de audiência pública que será realizada justamente para discutir os problemas no sistema. O encontro acontecerá, nesta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa (Alerj).
Em carta enviada ao presidente da Comissão de Transportes, deputado Dionísio Lins (PP), o diretor-presidente da Supervia, Everton Junio Trindade, confirma a ausência. Ele utilizou como justificativa compromissos referentes à recuperação judicial da concessionária.
“A companhia informa que não poderá comparecer na referida audiência até que seja concluída a agenda de compromissos junto ao juízo da recuperação judicial, assim como o processo de diagnóstico contábil e demandas oriundas dos processos ajuizados relativos a pleitos de ressarcimento de valores, necessários à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro previsto em contrato”, disse.
Dionísio Lins criticou a justificativa e classificou a ausência da Supervia como um descaso com a população. O parlamentar citou ainda que a concessionária, de 2000 até 2022, só pagou R$ 5,75 milhões dos R$ 30,3 milhões referentes a um total de 174 multas aplicadas pela Agetransp, ou seja, 19% do total.
“Para comprovar o descaso da SuperVia com a população, acabamos de receber um comunicado da empresa dizendo que ela não comparecerá na audiência pública de amanhã e nem enviará representante. Já ficou claro que a aplicação de pesadas multas contra ela não surtiu o efeito esperado”, frisou Lins.
A Comissão de Transportes realizará a audiência em conjunto com a Frente Parlamentar Pró-Ferrovias. Coordenador da frente, o deputado Luiz Paulo (PSD) irá presidir a audiência. Até a tarde desta segunda-feira (10), confirmaram presença o dirertor-presidente da Agetransp, Adolpho Konder, e o representante da Defensoria Pública, Eduardo Chow.