O carnaval de 2025 está oficialmente aberto no Rio. O prefeito Eduardo Paes (PSD) entregou, de forma simbólica, a chave da cidade ao Rei Momo Kaio Mackenzie, na manhã desta sexta-feira (28). Inaugurando, assim, a temporada de folia no Rio e o início do reinado da corte carnavalesca deste ano.
A cerimônia realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo, foi apresentada pelo carnavalesco Milton Cunha e contou com a presença de toda a Corte Real. Paes, que precisou ser anunciado três vezes pelo apresentador, chegou acompanhado de Tia Surica, presidenta de Honra da Portela, chamada carinhosamente pelo prefeito de “primeira amante oficial”. Paes ainda alertou aos cariocas que, até quarta-feira de cinzas, é o Rei Momo quem manda.
“Não me procurem! Nem o 1746 vai funcionar” brincou o prefeito, fazendo referência ao número da Central de Atendimento ao Cidadão.
O evento também contou com representantes das Associações das Velhas Guardas das escolas de samba cariocas e apresentações da bateria da Unidos do Viradouro, escola campeã do carnaval do ano passado, e da banda da Guarda Municipal do Rio. Estiveram presentes, além do Rei Momo, o Rainha do Carnaval 2025, Thuane Ribeiro; as Princesas Rhuanda Monteiro e Jéssica Almeida; o muso Luis Otávio Antonio dos Santos; a musa Bianca de Oliveira Mourão Ermida; e também do cidadão não-binário Lucas Antonio Valentim da Silva.
O Rei Momo convocou todos os súditos para a folia, sem deixar de ressaltar que espera que este carnaval seja “de paz”, com moderação e respeito nas ruas.
“Curtam muito! Carnaval é do povo e para o povo. Meu primeiro decreto como Rei é que as pessoas de fato caiam na folia” disse Kaio Mackenzie.
Espaço Candonga ou Monarco?
Guardiã da chave da cidade, que é entregue ao Rei Momo a cada carnaval, a família Candonga participou da solenidade. Os herdeiros de José Geraldo de Jesus, o mestre Candonga, morto em 1997, tradicionalmente cuidam das chaves da cidade até o carnaval chegar. E durante a cerimônia realizada no palácio da cidade, Eduardo Paes reafirmou que o segundo recuo de bateria da Marquês de Sapucaí segue sendo Espaço Candonga, alfinetando a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).
Após a tentativa da Liesa de batizar o que já era batizado, e passar a chamar de Espaço Monarco o que já se chamava Espaço Candonga, o presidente da Riotur, Bernardo Fellows, entrou em contato com Gabriel David, presidente da Liga, para informar que foi estabelecido por lei não pode ser modificado.
A Liesa chegou a instalar duas placas no local, batizando o recuo de com o nome de um dos maiores compositores das escolas de samba, ex-presidente de honra e ex-líder da Velha Guarda da Portela, morto em 2021. Mas, como a nova homenagem não pode desbancar a lei, as placas foram retiradas.
Quem foi Candonga
José Geraldo de Jesus, o mestre Candonga, era funcionário da Riotur e também é considerado o inventor do recuo da bateria. Costumava abrir caminho na passarela para as escolas e também orientava a formação das baterias no recuo entre os setores 9 e 11. Quando os ritmistas entravam e paravam por alguns minutos no local, Candonga distribuía água para os músicos.
O Instituto Cultural Candonga, uma organização que atua na preservação da cultura e das tradições, principalmente do samba, também foi homenageado durante a entrega das chaves da cidade, com uma Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal de Vereadores do Rio. A iniciativa é do Vereador Flávio Valle. Segundo o vereador, a homenagem visa reconhecer a significativa contribuição do Instituto e seu fundador, Mestre Candonga, para o carnaval carioca.