A família de um menino de 11 anos denuncia um caso de racismo religioso dentro da escola onde ele estuda, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O garoto teria sido chamado de “macumbeiro” por colegas da turma durante a aula. Segundo a mãe, Bárbara Santos, o grupo de alunos fez comentários ofensivos sobre a aparência física e a religião da vítima.
O caso aconteceu na última terça-feira (13) na Escola Estadual João do Vale, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Além das ofensas verbais e preconceituosas, Bárbara Santos ainda relata que o filho também teria sido alvo de agressão física por parte de outro aluno da turma.
“Quatro colegas começaram a zoar ele, fazer comentários ofensivos dizendo que ele era o ‘combo sujo da macumba’, que ele era ‘macumbeiro’. Três desses colegas começaram a botar pilha no outro, ao qual esse levantou e fez uma agressão física com um tapa na cara do meu filho E aí gerou uma briga”, descreveu a mãe do menino.
Colegas que teriam cometido o racismo religioso têm entre 12 e 13 anos
Os alunos investigados têm entre 12 e 13 anos. Por causa da violência que sofreu, Bárbara Santos ainda disse que o filho não quer mais ir à escola.
“Meu filho é um bom aluno, mas agora não quer ir mais à escola. Ele está com medo de fazerem alguma coisa contra ele. Poderia ter sido algo pior”, confessou.
A ocorrência foi divulgada nas redes sociais da deputada estadual Renata Souza (Psol), que afirmou que sua equipe está acompanhando o caso. No X, antigo Twitter, ela descreveu:
“Uma criança foi vítima de racismo religioso na escola, lugar que deveria ser um ambiente seguro e acolhedor para nossas crianças. É um absurdo que uma violência como essa aconteça em um ambiente de educação e ensino”.
O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) como intolerância religiosa. Em nota, a corporação informou que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
O TEMPO REAL também procurou a Secretaria estadual de Educação. A pasta afirmou que lamenta o ocorrido, que está apurando o caso, e que a direção da unidade está prestando a assistência necessária.
A secretaria ainda afirmou que os responsáveis pelos estudantes serão chamados à unidade escolar e todas as medidas pedagógicas e disciplinares cabíveis estão sendo tomadas. O Conselho Tutelar foi acionado e também está sendo formalizado o Registro de Violência Escolar (RVE), ferramenta criada pela secretaria para mapear casos de violência, racismo, discriminação e bullying.
A Seeduc, por fim, salientou que repudia toda forma de agressão, não compactua com qualquer tipo de violência e discriminação, e reforça também que desenvolve ações pedagógicas de conscientização, escuta ativa e diálogo com os alunos, trabalhando para que a cultura de paz esteja sempre presente dentro e fora dos muros das escolas.