O ano começou agitado na Câmara do Rio. Vereadores, parentes, assessores e, claro, aduladores, lotaram o velho Palácio Pedro Ernesto para a posse dos parlamentares municipais e do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Para não perder o hábito, teve até protesto.
Emoção na posse de Cesar Maia
Reeleito por unanimidade, coube ao presidente da Câmara. Carlo Caiado (PSD) levar o livro de posse para o veterano Cesar Maia (PSD) assinar. Por problemas de saúde, o ex-prefeito permaneceu no carro e não foi ao plenário. Caiado também se emocionou ao citar Cesar em seu discurso.
A primeira manifestação do ano
Antes mesmo de tomar posse, o estreante Rick Azevedo, o mais votado do PSOL, chegou chegando à Cinelândia. Reuniu o grupo que vai trabalhar no seu gabinete na escadaria do Pedro Ernesto para um rumoroso protesto pela redução da jornada dos trabalhadores. Uma pequena amostra de como deverá ser sua atuação em plenário.
Livre acesso
Ex-vereador, ex-deputado e pai do vereador reeleito Luiz Ramos Filho, o mago das nominatas do PSD Luiz Carlos Ramos (hoje sem chapéu) era um dos poucos com acesso a todas as dependência da casa, inclusive à exclusivíssima Sala Inglesa, onde normalmente só os nobres podem entrar.
“Eles dizem que sou o eterno vereador” , respondia divertido. “Eterno, não sabemos, mas, com certeza, o mais querido”, devolveu uma funcionária da casa.
Praia na Cinelândia
Houve farta distribuição de Matte Leão e biscoito Globo.
Momento paz universal
Talita Galhardo (PSDB), toda de branco, trocou dois dedos de prosa e até um abraço com Marcelo Diniz (PSD) em plenário. Foi por causa de uma discussão entre eles que o prefeito Eduardo Paes (PSD) tratou Talita com grosseria — o que fez a moça pedir exoneração do cargo de subprefeita de Jacarepaguá.
Gravata do bruxinho
Flávio Valle (PSD), o mais jovem vereador desta legislatura, usou uma gravata de Harry Potter, o bruxinho que encantou sua geração. Foi zoado pelos coleguinhas, claro.
“Inacreditável!”, disse Didi Vaz (PSD).
Por coincidência, Valle, que é judeu, herdou o lugar de Tereza Bergher (PSDB) no plenário e o gabinete de Marcelo Arar, os dois representantes da comunidade judaica na última legislatura da Câmara. Ele agora é o único no Palácio Pedro Ernesto.
Momento quinta série
Na posse de Didi Vaz, um colega engraçadinho berrou: “Libera o asfalto!”
Luiz Ramos Filho (PSD), que ainda hoje assume a Secretaria de Defesa dos Animais, ganhou gritinhos de “au au, miau”.
Baixou um Cabo Daciolo em Diniz, que mandou um “glória a Deus”, antes do “assim o prometo”.
Monica Benício (PSOL) soltou um justíssimo “Marielle presente”. Carlos Bolsonaro (PL), na mesa, aplaudiu.
No lugar de Verônica Costa entrou Helena Vieira (REP), irmã do deputado federal Luciano Vieira (REP) e do prefeito de São João de Meriti, Léo Vieira (REP). Sai a glamurosa rainha do funk, entra a poderosa rainha da Baixada.
Carlos Bolsonaro ignorou a presença do Movimento dos Sem Terra na cerimônia. Citou todos os deputados federais e estaduais presentes, e não falou o nome da Marina do MST. De João Paulo Rodrigues, da direção nacional do movimento, ele disse o nome — mas não o cargo. Eles estavam presentes para prestigiar a posse da vereadora petista Maíra do MST.