O primeiro dia de uso obrigatório do cartão Jaé, que substitui o RioCard nos transportes municipais do Rio, foi marcado por dúvidas e transtornos para alguns passageiros neste sábado (2). A transição definitiva para o sistema de bilhetagem da prefeitura ocorre após quatro adiamentos desde o ano passado.
Neste sábado de mudança, usuários relataram dificuldades para entender como funcionará a integração do Jaé no metrô, enquanto beneficiários com direito à gratuidade enfrentaram problemas para acessar o serviço. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a Prefeitura do Rio, o Jaé já conta com 3,3 milhões de cadastros e registrou 22 milhões de viagens em julho, com média diária de 1,1 milhão de embarques. Até o momento, o governo municipal entregou 1,37 milhão de cartões físicos, e outros 161 mil estão disponíveis para retirada nas lojas.
‘É natural que alguns problemas aconteçam’
O prefeito Eduardo Paes (PSD) comentou sobre a mudança em suas redes sociais, neste sábado. Segundo ele, é uma operação complexa e é “natural que alguns problemas aconteçam”.
“É uma transformação muito importante, que às vezes a gente não consegue entender, mas é o fim da ‘caixa-preta’ das empresas de ônibus. A prefeitura passa a ter o controle do sistema. É uma operação complexa — estamos falando de cerca de 3 milhões de viagens por dia no sistema do Rio. É natural que alguns problemas aconteçam”, afirmou Eduardo Paes.
Problemas com a gratuidade
De acordo com relatos de usuários, os cartões Jaé Gratuidade ainda não foram reconhecidos pelos validadores do metrô na estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Isso obrigou algumas pessoas a comprovar manualmente o direito à gratuidade, apresentando documentos para conseguir entrar.
Cabe destacar que, desde 5 de junho, beneficiários de gratuidades — como idosos, pessoas com deficiência, doentes crônicos e estudantes — já são obrigados a utilizar o Jaé. No entanto, a partir deste sábado, o novo sistema passou a ser exigido para todos os passageiros dos ônibus municipais, BRT, VLT, vans e “cabritinhos”.
Dúvidas sobre a integração com o metrô
Além disso, houve casos em que usuários que tentaram usar o aplicativo Jaé para fazer a integração entre ônibus e metrô acabaram pagando duas passagens integrais, no valor de R$ 12,06 cada, porque o sistema ainda não processa corretamente as gratuidades.
Funcionários das estações confirmaram que, apesar do novo sistema estar oficialmente em vigor, os validadores ainda não foram programados para liberar as gratuidades.
Único modal estadual que aceita o Jaé
Até o momento, o metrô é o único modal estadual que aceita o cartão Jaé. Contudo, a integração, quando há redução no valor das passagens, está válida apenas em alguns casos específicos. Confira:
- Metrô + BRT: nas estações Vicente de Carvalho (Linha 2) e Jardim Oceânico (Linha 4), a integração custa R$ 9,70. Sem integração, o valor seria R$ 12,60.
- Metrô + ônibus municipal (antigo metrô de superfície): linhas 309, 538, 539, 548, 583 e 584, que atendem Botafogo, Praça Antero de Quental e Gávea, cobram apenas a tarifa do metrô (R$ 7,90).
- Metrô + vans legalizadas (Rocinha e Vidigal): tarifa integrada de R$ 8,80.
Entretanto, o Bilhete Único Intermunicipal (BUI), que oferece integrações por R$ 8,55, e a tarifa social — com passagens reduzidas a R$ 5 — continuarão exclusivos do cartão RioCard. Ou seja, esses benefícios ainda não são aplicados no metrô para quem usa o Jaé.
Integração nos transportes municipais
Na capital do Rio, o Bilhete Único Carioca, agora operado pelo Jaé, mantém a integração entre os transportes municipais por R$ 4,70.
Quando a viagem inclui o BRT, o passageiro pode fazer até três integrações no intervalo de três horas, utilizando ônibus municipais, BRT, VLT e vans legalizadas. Sem o BRT, são permitidas até duas integrações no mesmo período, entre ônibus municipais, VLT e vans.