Eurípedes Júnior, presidente do partido Solidariedade, é alvo da operação Fundo no Poço, deflagrada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (12). Até o final da manhã, os agentes ainda procuravam pelo dirigente.
A ação tem como objetivo desarticular organização criminosa responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022. O montante era destinado ao partido PROS, que foi posteriormente incorporado ao Solidariedade.
A legenda, atualmente, possui quatro deputados no Rio de Janeiro, sendo três estaduais e um federal. Na Alerj, estão Chico Machado, Felipinho Ravis e Giovani Ratinho. Já na Câmara Federal, a cadeira fluminense é ocupada por Áureo Ribeiro. Até o momento, nenhum deles se manifestou sobre o caso.
Segundo a PF, as investigações tiveram início a partir de denúncia do então presidente do partido contra um ex-dirigente suspeito de desviar aproximadamente R$ 36 milhões.
Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (GO e SP) e no DF, bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis, deferidos pela Justiça Eleitoral do DF.
PF aponta organização criminosa
Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa.
A quadrilha seria estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país. Além disso, a apuração apontou superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS), fundação do partido.
Os atos de lavagem, também de acordo com a PF, foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.