ATUALIZADA às 21h, com a nota oficial do governo do estado.
A Prefeitura do Rio publicou, no Diário Oficial desta quinta-feira (26), o pagamento de R$ 18,4 milhões à empresa do cenógrafo Abel Gomes para a organização das três próximas festas do réveillon carioca. O dinheiro saiu, inteirinho, dos cofres municipais.
É que, pela primeira vez, o governo do estado vetou o uso da lei de incentivo dos ICMS para as empresas patrocinadoras. Várias delas, então, abandonaram o projeto em cima da hora.
Para manter a festa, o prefeito Eduardo Paes (PSD) teve de assumir os custos.
Lados opostos
Paes e o governador Cláudio Castro (PL) estão em lados opostos na política do Rio. Durante a campanha pela reeleição, o prefeito atacou o principal adversário, o deputado federal Alexandre Ramagem, do PL, colando no partido bolsonarista a responsabilidade pela condução das políticas de segurança do estado administrado por Castro.
A estratégia — que parece ter ajudado Paes a vencer a eleição no primeiro turno — não foi desmobilizada depois que os votos foram devidamente somados. Prefeito e governador continuaram trocando farpas pelas redes sociais e nem frequentam mais os mesmos eventos.
Os mais destacados aliados, de um e de outro, também embarcaram na guerra.
Paes está cotadíssimo para a disputa ao governo em 2026, e o povo do PL já trabalha para esvaziar sua candidatura. Ao que tudo indica, a puxada de tapete no réveillon é só uma pitada da disputa política que está por vir.
Nota oficial do governo do estado
O Palácio Guanabara enviou uma nota sobre o episódio. Segue a íntegra:
“O governo do estado esclarece que o investimento no réveillon da capital, por meio de renúncia de receita de ICMS, foi suspenso após a venda, pela Prefeitura do Rio, de todas as cotas de patrocínio da festa, o que garante ao município o recurso necessário para a produção do espetáculo, como apontado no caderno de encargos elaborado pela Riotur.
Mesmo assim, o estado segue investindo nas ações de sua competência, ampliando, por exemplo, o aporte de recursos em tecnologia para a segurança pública, o que representa mais de R$ 8 milhões — R$ 2 milhões a mais do que seria repassado à gestão municipal. Entre os serviços contratados está o sistema de reconhecimento facial, que proporciona o reforço do esquema especial para o evento”.