A Prefeitura do Rio iniciou, na manhã desta terça-feira (14), o processo de demolição dos 96 boxes destruídos por um incêndio no camelódromo da Uruguaiana, no Centro da cidade. A ação será realizada de forma gradual ao longo desta semana.
O incêndio, que atingiu o local no último domingo (12), causou grandes danos ao comércio popular, deixando diversas lojas completamente destruídas. O objetivo da prefeitura é permitir a reabertura do espaço até esta quinta-feira (16).
A Secretaria de Ordem Pública fará um recadastramento dos comerciantes a partir das 14h desta terça-feira. Agentes da Subprefeitura do Centro e da Secretaria Municipal de Coordenação Governamental estão na região da Uruguaiana para auxiliar e orientar as pessoas que trabalham no espaço.
“A Prefeitura do Rio vem conversando com a Associação dos Comerciantes do Mercado Popular da Uruguaiana. O principal pleito é reabrir as lojas, para ajudar as famílias que dependem do espaço. A Prefeitura vai realocar os 92 comerciantes em novos boxes para que voltem a trabalhar na quinta-feira”, afirmou o vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavaliere.
A suspeita inicial é de que o fogo tenha sido causado por um curto-circuito em um poste de energia. Comerciantes informaram que já havia sinais de fumaça no local desde sexta-feira (10), quando a energia foi cortada. A área ficou sem luz até domingo, quando o incêndio teve início.
Local passará por reformas
O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou que o camelódromo passará por reformas e que a prefeitura oferecerá todo o apoio aos comerciantes prejudicados. O processo de reconstrução, segundo Paes, será baseado no modelo de recuperação do Mercadão de Madureira, que também foi devastado por um incêndio em 2000.
Este, inclusive, não é o primeiro incêndio registrado no local. Em outubro de 2015, o camelódromo foi atingido por um incêndio que destruiu 180 boxes, o que correspondia a 13% do total de 1,3 mil lojas. As chamas começaram devido a um curto-circuito ocorrido durante a madrugada. Na ocasião, ninguém ficou ferido.
O terreno onde está localizado o camelódromo é remanescente das obras do metrô e pertence à RioTrilhos, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Transportes e Mobilidade Urbana. Em maio de 2015, a secretaria confirmou que um grupo de estudos, composto pelo governo estadual, Corpo de Bombeiros e prefeitura, estava em andamento para buscar soluções para o local.
MP já havia identificado problemas no local
Em 2018, o Ministério Público do Rio (MPRJ) identificou problemas na infraestrutura do camelódromo, incluindo falhas na sustentação da cobertura e nas instalações elétricas. Apesar disso, pedidos de interdição para reformas foram negados pela Justiça.
A Polícia Civil está investigando a causa do incêndio, e uma perícia está em andamento para esclarecer os detalhes do caso.