É das coisas mais deprimentes da cidade: passar pela Rua da Carioca e ver a outrora via mais importante do Brasil num estado de completo abandono e degradação, com pouquíssimas lojas ainda abertas e a lembrança de grandes nomes como Bar Luiz, Guitarra de Prata, Rabeca de Ouro, À Mala Ingleza e ZiCartola, das festas de aniversário da cidade e tantos outros eventos, cada vez mais esmaecida na memória de quem tem mais de 50 anos. Porque quem tem menos nem sabe de nada… Mas tudo pode começar a mudar!… A Carioca acaba de ser incluída no projeto da prefeitura de revitalização do Centro da Cidade, e justo por meio de uma de suas vocações mais genuínas: a cerveja.
A ideia da prefeitura, lançada oficialmente ontem numa cerimônia popular com a presença do prefeito Eduardo Paes, é transformar a Rua da Carioca na Rua da Cerveja, com uma série de ações de requalificação urbana, ativação de edificações históricas e transformação da área num novo ponto turístico na cidade.
E o primeiro passo foi a assinatura ontem, dos 9 primeiros termos de adesão ao projeto “Reviver Rua da Cerveja”. As cervejarias Búzios, Tio Ruy, Martelo Pagão, Candanga, Piedade, Arkan & Kranz e Vírus Bier serão as primeiras a operar na nova rua. Além disso, o empresário Raphael Vidal, dono do Bafo da Prainha, eleito recentemente um dos dez melhores bares do mundo, também assinou um compromisso para operar um bar na rua. A futura Cervejaria Cotovelo, prevista para ser montada numa das primeiras lojas da rua, colada no Largo da Carioca vai vender os produtos da Búzios e da Tio Ruy.
Além de populada pelas cervejarias, o projeto da nova Rua da Cerveja prevê haverá redução de três para duas pistas de veículos, ampliação da calçada e instalação de novos mobiliário urbano, canteiros e iluminação. A assinatura do termo dos futuros estabelecimentos é o último passo para que os empreendedores possam receber a quantia de até R$ 200 mil para a reforma dos imóveis e de até R$ 15 mil para ajuda de custos mensais, com repasses que duram entre 30 e 48 meses. Criado para auxiliar na recuperação da região central, o projeto tem como objetivo impulsionar a reocupação das 37 lojas da rua, cerca de 50%, que fecharam em consequência da crise econômica e da pandemia.
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Dizem por aí também que o dono do Belmonte, Antonio Rodrigues, esta tentando viabilizar a volta do lendário Bar Luiz, primeira cervejaria do Brasil e que por décadas foi o símbolo maior da Rua da Carioca. Fechado desde 2022, o bar faz parte de um imbroglio jurídico e está, naturalmente, atolado em dívidas. Mas para os boêmios de plantão, a esperança é a última que morre… Força, Antônio!