Faltando cerca de seis meses para o carnaval 2026, os blocos tiveram atendida uma de suas principais reivindicações. A turma que põe a batucada na rua foi autorizada pela Prefeitura do Rio a buscar patrocinadores próprios, independentemente daqueles considerados “oficiais” do evento.
A portaria saiu no Diário Oficial desta sexta-feira (15). Para o carnaval deste ano, a prefeitura também autorizou os blocos a buscarem patrocínio próprio, mas isto aconteceu apenas em fevereiro, quando muitos já estavam prestes a desfilar, enquanto outros encerraram as atividades por conta da burocracia.
Rita Fernandes, presidente da Associação Independente dos Blocos de Rua, a Sebastiana, celebrou a notícia, considerada uma vitória de todas as ligas. Ela explicou que a portaria é fruto de diálogos com o prefeito Eduardo Paes (PSD) e com o atual presidente da Riotur, Bernardo Fellows.
“A gente conseguiu isso depois de uma reunião com o prefeito no Bola Preta, explicamos a situação. Conseguimos um encontro com o Fellows e, de fato, avançamos nisso. Acaba completamente com o monopólio e ninguém mais pode mandar nos multar”, disse.
Blocos de rua deverão seguir regras
A portaria estabelece uma série de regras para os blocos de rua exibirem seus próprios patrocinadores. A primeira é que eles deverão submeter os projetos de patrocínio para aprovação da Riotur. Além disso, os apoiadores dos blocos não poderão prejudicar a visibilidade dos patrocinadores oficiais do carnaval 2026.
Restrições e burocracia fizeram blocos enrolarem a bandeira
Nos últimos anos, blocos tradicionais do carnaval carioca deixaram as ruas, do Escravos da Mauá ao Bloco de Segunda. E 2025 marcou o anúncio da despedida de mais dois nomes de peso: Imprensa que eu Gamo, criado há mais de 30 anos, assim como o Suvaco do Cristo, criado em 1985, informaram que vão sair de cena, com o primeiro tendo parado já no último carnaval e o segundo em 2026.
O Bangalafumenga, por sua vez, cancelou seu desfile em 2025, mas disse que voltará às ruas do Rio no carnaval de 2026. Na ocasião, o coletivo de organizadores publicou um manifesto nas redes sociais, criticando o atual modelo de gestão do carnaval de rua do Rio.

