A Polícia Civil do Rio iniciou, nesta quinta-feira (7), uma operação para investigar influenciadores acusados de promover um esquema ilegal de jogos de azar online, as chamadas “bets”, incluindo o “jogo do tigrinho”. O grupo teria movimentado cerca de R$ 4 bilhões de forma suspeita, dos quais pelo menos R$ 40 milhões foram identificados em contas pessoais dos envolvidos, entre 2022 e 2024.
A ação acontece nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais, com 31 mandados de busca e apreensão cumpridos contra 15 pessoas, a maioria influenciadores digitais que, juntos, somam mais de 30 milhões de seguidores. Fintechs também são alvo da investigação, com quebra de sigilo fiscal autorizada pela Justiça.

Importância da operação
O secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, destacou a importância da operação no combate aos crimes virtuais.
“Os investigados são pessoas que utilizam sua influência nas redes sociais para obter lucro de forma ilícita, causando prejuízo a seus seguidores. São engrenagens de uma organização criminosa que precisam ser combatidas, e a Polícia Civil está mais uma vez nas ruas em defesa da população fluminense”, afirmou Curi.

Influenciadores que são alvos da operação
A TV Globo divulgou a lista dos influenciadores sob investigação:
- Anna Beatryz Ferracini Ribeiro (Bia Miranda): 9,7 milhões de seguidores no Instagram e TikTok
- Paola de Ataíde Rodrigues (Paola Ataíde): 6 milhões
- Tailane Garcia dos Santos Laurindo (Tailane Garcia): 4,5 milhões
- Paulina de Ataíde Rodrigues (Paulina Ataíde): 4,4 milhões
- Maurício Martins Junior (Maumau ZK): 3,5 milhões
- Rafael da Rocha Buarque (Buarque): 2,8 milhões
- Jenifer Ferracini Vaz (Jenny Miranda): 1,2 milhão
- Nayara Silva Mendes (Nayala Duarte): 491 mil
- Samuel Sant Anna da Costa (Gato Preto): 412 mil
- Lorrany Rafael Dias (Lorrany Rafael): 343 mil
- Vanessa Vatusa Ferreira da Silva (Vanessinha Freires): 203 mil
- Tailon Artiaga Ferreira Silva (Mohammed MDM): 195 mil
- Ana Luiza Ferreira do Desterro Guerreiro (Luiza Ferreira): 112 mil
- Micael dos Santos de Morais (Agência MS): 15 mil
Sobre as investigações do esquema criminoso
As investigações indicam que os suspeitos prometiam lucros fáceis para atrair apostadores, configurando crimes como lavagem de dinheiro, estelionato e publicidade enganosa. A operação é conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).
Além da divulgação dos jogos, os investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A polícia também apura se os influenciadores recebiam percentuais sobre as perdas dos apostadores que acessavam os sites por meio de seus links.