A sempre bélica bancada do PL na Câmara do Rio já elegeu o seu inimigo público número um: o vereador Felipe Pires (PT). O moço apresentou um projeto de lei para proibir a venda de máscaras realistas no município do Rio — e batizou, com ironia, a proposta de “Lei Família Amorim”.
A provocação teve sobrenome e endereço: quis atingir diretamente o deputado estadual Rodrigo Amorim (União) e o colega de plenário Rogério Amorim (PL), que tiveram ex-assessores parlamentares envolvidos no furto a um apart-hotel em Niterói.
Os vereadores do partido de Carlos Bolsonaro decidiram dar o troco e prometem fazer uma devassa nas secretarias comandadas pelo petista Adilson Pires, tio e mentor político de Felipe. Até 2024, Adilson era o titular da Assistência Social da Prefeitura do Rio. Desde janeiro, está no comando da Secretaria municipal de Direitos Humanos e Igualdade Racial — que, agora, vai ficar no foco dos bolsonaristas.
Provocação e reação do PL
A Câmara do Rio pegou fogo na sessão desta quinta-feira (15), e justamente por causa da treta envolvendo os ex-assessores envolvidos no crime. O povo da esquerda e do PSD (partido do prefeito Eduardo Paes) foi para a Cinelândia pintado para a guerra e usando máscaras.
Dois secretários de Paes, Didi Vaz, vereador licenciado e titular da Conservação; e João Pires, da Defesa do Consumidor; desfilaram pelo plenário e pelas galerias com o acessório no rosto. Mas nem todo mundo apoiou a brincadeira. Mesmo alguns vereadores governistas ficaram incomodados com a provocação.
Paulo Messina (PL), normalmente comedido, respondeu pelo partido.
“O prefeito que tinha Chiquinho Brazão e Alexandre Pinto como secretários; Jairinho como líder do governo; não pode falar nada. Essa prefeitura tem telhado de cristal, nem é de vidro”, esbravejou Messina. “Estou vendo o pessoal da prefeitura e das gerências regionais na galeria em pleno horário de trabalho. O que estão fazendo aqui no meio do expediente?”, alfinetou.