A Força Tarefa de Combate à Ocupação Irregular do Solo, em parceria entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Prefeitura do Rio, já causou R$ 100 milhões de prejuízo ao crime organizado. Os dados somam às 2 mil demolições realizadas pelo governo municipal, desde 2021, avaliadas em mais de R$ 1 bilhão.
O grupo, criado em 2021, atuou em 36 operações de demolição de imóveis construídos irregularmente em áreas dominadas por organizações criminosas na cidade do Rio de Janeiro. Atuam nas ações o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
Diversos órgãos municipais e as polícias Civil e Militar têm apoiado os trabalhos. A estrutura tem como objetivo combater os problemas ambientais decorrentes das ocupações irregulares e enfrentar a atuação do crime organizado, em especial em bairros das zonas oeste e norte da cidade.
O procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, explicou que essas essas organizações criminosas usam dessa estratégia para se fortalecerem, formando guetos e impondo um estado paralelo. Além disso, esses criminosos, principalmente milicianos, utilizam a exploração dos serviços e da ocupação desordenada.
“Só as ações com a nossa participação geraram mais de R$ 100 milhões de prejuízo, mas os números da atuação da Secretaria de Ordem Pública passam de R$ 1 bilhão e isso é extremamente importante para o combate às organizações criminosas. Essa troca de informações, com o mapeamento dos locais e o trabalho de inteligência, permite um direcionamento melhor da Prefeitura e do MP”, disse.
Expansão para Maricá
No último dia 12 de julho, o MPRJ realizou, com representantes da Prefeitura de Maricá, a primeira reunião de alinhamento após o acordo de cooperação técnica firmado em maio para combater as construções ilegais na cidade e inibir a ação de organizações criminosas, nos moldes do que é feito na cidade do Rio pela força-tarefa.
“Recentemente fizemos também uma parceria com o município de Maricá, onde acreditamos que, por ser um município menor, teremos resultados expressivos mais rápidos, impedindo o avanço de organizações criminosas que estejam se instalando”, complementou Luciano Mattos.