O prefeito Eduardo Paes (PSD) declarou de utilidade pública para fins de desapropriação a bala de canhão remanescente da invasão francesa ao Rio, no século XVIII encontrada na década de 50 durante escavações realizadas nas imediações do Mosteiro de São Bento pelo geólogo Antônio Carlos Muniz. A bala de canhão foi levada a leilão, em 3 de dezembro, pela casa Dargent Artes e Antiguidades Ltda, em Campinas.
“Considerando que a bala de canhão, enquanto artefato remanescente da invasão francesa de 1711, se enquadra no conceito de patrimônio cultural brasileiro por ser portadora de referência de identidade à ação e à memória dos grupos formadores da sociedade brasileira”, justifica o decreto publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (12).
Bala de canhão foi usada por piradas a mando de Luís XIV
A bala usada na ação comandada pelo corsário René Duguay-Trouin a mando de Luís XIV, o Rei Sol, foi arrematada, como contou em reportagem o “Diário do Rio”, por apenas R$ 2.100, valor que sobe para R$ 2.205 com a taxa legal de 5%.
Feita em ferro fundido, a peça tem o diâmetro aproximado de 17 centímetros e pesa quase 15 quilos. Exibe o nome “France” gravado, o que, segundo especialistas, prova que os piratas que saquearam e incendiaram o Rio não eram aventureiros mercenários, mas agentes oficiais do Estado francês.
Poucos objetos sobrevividos à guerra colonial teriam tamanho grau de identificação.


