O presidente Lula (PT) fez postagem e vídeo citando nominalmente o deputado federal Otoni de Paula (MDB) que, de mãos impostas, orou pelo presidente durante ato de sanção da lei de criação do “Dia da Música Gospel”, no Palácio do Planalto.
Mas o ex-vice líder do governo Jair Bolsonaro (PL) garante que o gesto em nada representa “apoio futuro” ou que ele servirá de ponte entre Lula com igrejas evangélicas, como fez com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), durante a campanha.
“O Eduardo é de centro e queriam colocar nele a pecha de esquerda. Mas o Lula é de esquerda, o que me faz estar em campo ideológico completamente oposto. Meu ato hoje representa um diálogo respeitoso com uma autoridade, não tem a ver com apoio futuro”, afirma Otoni.
Vice-presidente da Frente parlamentar Evangélica, o deputado federal justifica ainda que, com exceção da petista Benedita da Silva que já é aliada de Lula, outros integrantes do grupo não quiseram estar presente na cerimônia por causa do “cenário de polarização”.
“A igreja não caminhou com o presidente, mas a igreja não tem dono. Eu disse para ele se aproximar porque há espaço e reconheci que, historicamente, evangélicos são beneficiados por programas do governo e lembrei da sanção da lei da liberdade religiosa. Mas isso não significa que deixei de ser conservador cristão, não podem confundir”, garante Otoni, comentando ainda que a oração por autoridades constituídas é mandamento bíblico, “mas que muitos líderes esquecem”.