A operação Postos de Midas, deflagrada nesta segunda-feira (14) pela Polícia Federal e que teve o deputado Thiago Rangel (PMB) como um dos alvos de buscas, apreendeu R$ 160 mil em dinheiro vivo. O balanço final foi divulgado pela PF durante a tarde.
Durante a ação, também foram apreendidos um veículo de luxo blindado avaliado em cerca de R$ 350 mil, celulares, computadores, mídias de armazenamemto e documentos físicos diversos. As buscas foram iniciadas pelos agentes ainda nas primeiras horas do dia.
A operação
O Ministério Público estadual (MPRJ), 60 policiais federais e servidores da Receita Federal, cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas ligadas a Thiago Rangel. A operação é resultado de uma investigação da PF sobre organização criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro relacionados à Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Segundo as investigações, os crimes ocorreram em 2021 e envolveram um esquema de lavagem de dinheiro operado por meio de postos de gasolina. O grupo fraudava procedimentos licitatórios para desviar recursos públicos.O inquérito foi iniciado em 2022, a partir do compartilhamento de provas obtidas com a prisão, em flagrante, de um dos membros da organização criminosa, considerado braço-direito de Rangel.
Postos de Midas
A operação foi batizada de Postos de Midas, em referência ao rei de Frígia, que transformava em ouro tudo o que tocava. Quando disputou o cargo de vereador de Campos, Rangel declarou um patrimônio de R$ 224 mil. Ao concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa, em 2022, já tinha R$ 1.9 milhão. Atualmente, o deputado consta como proprietário de 18 postos de combustível e 12 empresas identificadas na investigação.
Como a ação tem em vista um deputado estadual, a atribuição originária criminal é do procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. Mas conta com a participação de promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Campos, Cabo Frio, Itaguaí e Rio. As diligências também ocorrem na Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores de Campos, na Prefeitura de Campos, na Empresa Municipal de Habitação (EMHAB) e na Assembleia Legislativa (Alerj). As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ).
Deputado se manifesta
Thiago Rangel afirmou que, diante das notícias veiculadas na manhã desta segunda, nega qualquer envolvimento com irregularidades ora em apuração. Por oportuno, manifesta total confiança de que o Poder Judiciário esclarecerá a verdade em relação aos fatos.
Já a Alerj disse que acompanha o caso com atenção e vai aguardar a decisão da Justiça sobre as investigações. Todas as providências cabíveis serão tomadas com base no Regimento Interno da Casa.