A arte pode estimular reflexões e a conscientização sobre as questões ambientais? A edição de setembro do Cultivando Ideias, programação mensal de rodas de conversa e palestras realizada pelo Museu do Jardim do Jardim Botânico, abordará este e outros tópicos relacionados às interseções da arte com a natureza a partir de uma roda de conversa com o diretor, roteirista e produtor Estêvão Ciavatta, nesta quinta-feira, às 18h30.
Sócio-fundador da Pindorama Filmes – a primeira empresa brasileira carbono neutro na indústria do audiovisual e referência em questões sociais e ambientais –, Ciavatta é responsável por uma das instalações de maior destaque do Museu do Jardim Botânico. A obra imersiva “Sumaúma: copa, casa, cosmos” oferece aos visitantes a experiência de acompanhar, por meio da voz inconfundível de Regina Casé e de projeções em 360°, o crescimento da Sumaúma – árvore amazônica de grande porte que, para muitos povos, conecta a terra e o céu, sendo lar de entidades divinas ou mesmo um portal que leva para diferentes mundos.
Ciavatta também dirigiu dezenas de filmes e programas de televisão, como o curta de realidade virtual “Amazônia Viva”, uma experiência em 360° imersiva pela região do Rio Tapajós, na Amazônia, eleito Melhor Filme no Festival Planeta (Barcelona, 2023); e a série “Um pé de quê?”, programa educativo no ar desde 2001, considerado o maior acervo audiovisual sobre árvores do mundo.
No bate-papo com o público, Ciavatta vai abordar novos olhares para a produção artística e audiovisual acerca de temas ecológicos, assim como a importância da conexão arte-natureza para ampliar o debate e a difusão de conhecimento sobre a diversidade da flora brasileira e a conservação ambiental.
“Nós, seres humanos, somos filhos e filhas da natureza, mas, hoje vivemos completamente cercados de tecnologia e produtos industriais, moramos na biotecnosfera: um mundo de caos, complexidade e contradição. Como pensar em futuro diante das mudanças climáticas, da violência social, da crise existencial, do que estamos chamando de ‘fim do mundo’? Como olhar pra frente? Como não desesperar?”, reflete.
A conversa será mediada pela jornalista Domi Valansi, especialista em comunicação e produção de conteúdo para instituições e projetos de arte, que irá trazer também informações e curiosidades sobre o histórico da abordagem com viés ecológico em produções artísticas.
“Um olhar atento sobre a destruição da natureza está presente na história da arte brasileira muito antes da emergência climática atual. A temática aparece em produções como a de Taunay, em 1840, de Frans Krajcberg, a partir da década de 1960, e de artistas naïf, como Odoteres Ricardo Ozias e Dalvan, na década de 1990”, conta Valansi.
O Cultivando Ideias acontece no dia 19 de setembro, às 18h30, e é voltado para artistas, curadores, pesquisadores, estudantes universitários e demais interessados. Serão oferecidas 50 vagas, que serão preenchidas por ordem de chegada. A participação é gratuita.
Serviço
Quinta-feira, 19 de setembro, às 18h30
Sala Multiuso – 1º pavimento do Museu
50 vagas por ordem de chegada
Espaço sujeito à lotação
Entrada gratuita mediante retirada de ingresso pelo site https://jbrj.eleventickets.com
Acesso pela Rua Jardim Botânico 1008, Jardim Botânico