O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública contra um pastor evangélico por disseminar discurso discriminatório contra religiões de matrizes afro-brasileiras e seus seguidores. Na ação, o MPF pede indenização de R$ 100 mil ao pastor Wilson Félix em função das ofensas.
De acordo com representação formulada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro, o pastor, em vídeo que circulou na internet, atacou o evento chamado “Águas de Axé”, realizado anualmente na cidade de Mangaratiba (RJ).
O religioso convocava seus fiéis para uma espécie de “guerra espiritual”, a fim de que a Praia de Jacareí não se transformasse em “lama”, como teria se tornado a Praia de Sepetiba, após a colocação de uma escultura de Iemanjá no local. O vídeo original foi apagado do Instagram após a repercussão negativa
A exclusão não exime o pastor da indenização, explica o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro, Jaime Mitropoulos. Para o MPF, as declarações do líder religioso caracterizam discurso de ódio, uma vez que associa as religiões de matrizes afro-brasileiras à desgraça e à degradação.