Agentes do Ministério Público do Rio (MPRJ) e da Polícia Civil cumpriram, na manhã desta quinta-feira (31), mandados de busca e apreensão contra quatro integrantes de uma organização criminosa que aplicava o golpe do empréstimo consignado. Na operação Queops, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou 39 pessoas pelo crime de estelionato.
A 2ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da Área Centro e Zona Portuária também atua na ação. Os mandados, expedidos pela Vara Especializada em Organizações Criminosas, estão sendo cumpridos nos bairros do Flamengo e Jacarepaguá, na capital fluminense, e nos municípios de Niterói e Magé, contra os administradores das empresas, todos integrantes da mesma família.
A pedido do Gaeco, a Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 1,4 milhão das contas dos denunciados e a suspensão da atuação empresarial dos acusados e das pessoas jurídicas envolvidas no esquema criminoso. Segundo o Gaeco, a organização criminosa atuava em rede para atrair principalmente militares, aposentados, pensionistas e servidores públicos.
Método da quadrilha
De acordo com as investigações, os criminosos atuavam por meio de 15 empresas, criadas exclusivamente para aplicar o golpe. Eles agiam de duas formas. Na primeira situação, a vítima era convencida a contrair o empréstimo, que ocorria por meio de uma instituição bancária indicada pelos criminosos. A vítima ficava com 10% do valor e transferia o restante para uma empresa ligada ao grupo, que se responsabilizava pelo pagamento integral do empréstimo contraído.
Na segunda situação, os criminosos ofereceram a vítimas, já com empréstimos em andamento, uma redução nas parcelas por meio de compra da dívida, refinanciamento ou portabilidade, prometendo um ganho de 10% sobre o saldo devedor. Com os dados da vítima, os criminosos contraíam um novo empréstimo. Quando o valor era creditado, a vítima, surpresa com o valor superior ao combinado, devolvia o excedente à empresa dos criminosos. Em uma das fraudes, o grupo contraiu um empréstimo de R$ 327 mil em nome de uma vítima.