Motoristas de vans de fretamento e de turismo realizaram, na manhã desta segunda-feira (27), uma carreata em protesto contra os assaltos nas ruas do Rio de Janeiro. A concentração do grupo foi na Ilha do Fundão, na Zona Norte do Rio. O protesto seguiur até o Palácio Guanabara, sede do governo do estado, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Segundo os motoristas, os casos de violência tem se agravado ao ponto de alguns deles já terem sido sequestrados por criminosos.
O protesto causou congestionamento na Avenida Brasil, apontado como um dos locais de maior risco para assaltos. De acordo com os motoristas, cerca de 20 vans são roubadas, em média, por semana. O prejuízo desses roubos chega a R$ 400 mil. Os profissionais relatam que também são vítimas de agressões verbais e físicas por parte dos criminosos.
A manifestação foi acompanhada pela Polícia Militar e pelo Centro de Operações Rio (COR). O trânsito na Linha Vermelha, na Avenida Brasil e no Túnel Santa Bárbara foi impactado pela carreata.
Os motoristas das vans não são os únicos esgotados por conta da violência urbana: o Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro anunciou no último dia 20 que, a partir do mês de Junho, passará a disponibilizar o serviço de atendimento psicológico aos motoristas de ônibus do estado e suas famílias, que será feito na subsede do sindicato, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
A medida veio após diversos casos de exaustão decorrentes da violência. Segundo dados do sindicato, cerca de 230 profissionais pediram afastamento das funções entre 2022 e o fim de 2023. O presidente do sindicado, Sebastião José, conta que muitos motoristas também visam a mudança de linha, evitando principalmente as que circulam pela Avenida Brasil.
Além das preocupações com assalto e depredação dos coletivos, os motoristas fluminenses convivem também com o medo das facções criminosas que dominam estado. O uso dos veículos como barricadas tem se tornado uma prática frequente: pelo menos 145 foram sequestrados para essa finalidade entre abril de 2023 e abril de 2024.
