A Mocidade Independente de Padre Miguel, primeira escola do grupo especial a desfilar na segunda-feira (12/02), convidou a Embrapa para cair no samba. É que a agremiação este ano traz para a avenida o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá”. E para contar a história dessa iguaria brasileira, nada como contar com o auxílio luxuoso da empresa que possui o principal centro de pesquisa sobre o caju no mundo.
E não é que a parceria deu samba? Um dos carros da escola será enfeitado com mudas clonadas de cajueiro-anão, produzidos a partir de uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa.
Nesta quarta-feira (24), representantes das Unidades Descentralizadas da Embrapa foram à Cidade do Samba para fazer a entrega simbólica de 500 mudas doadas para a escola de samba. No encontro, uma muda de cajueiro-anão foi plantada no jardim da Cidade do Samba.
De acordo com a empresa, os clones desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria Tropical transformaram o cenário da cajucultura brasileira. Esse legado foi iniciado há 40 anos com o lançamento do primeiro clone comercial de cajueiro-anão, o CCP 76. As variedades se apresentam como a tecnologia com efeitos mais prolongados na cadeia produtiva. Os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte são os maiores produtores de castanha de caju do país.
O cajueiro-anão é uma árvore de pequeno porte, que raramente ultrapassa os três metros de altura na fase adulta, permitindo que os frutos possam ser colhidos com as mãos. Mas sua característica mais marcante é a alta produtividade: alguns clones chegam a produzir por volta de dois mil quilos de castanha por hectare, em regime de sequeiro.
Essa característica tem levado à revitalização dos pomares, por meio da substituição da variedade comum (gigante) por clones de cajueiro-anão em todo o território nacional. De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de pedúnculo em cajueiro-anão é 28,8% maior que a produção em cajueiro comum. Segundo a Embrapa, aproximadamente 170 mil produtores brasileiros vivem da cultura do caju. São mais de 53 mil propriedades, das quais 70% são de pequenos agricultores com áreas inferiores a 20 hectares. Estima-se que a atividade gere em torno de 250 mil empregos diretos e indiretos. Na Região Nordeste, sua importância é ainda maior, pois a demanda por mão-de-obra para a colheita coincide com o período de entressafra das culturas anuais de subsistência.