O juiz Juarez Costa de Andrade, da 2ª Vara Especializada em Organização Criminosa, foi afastado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio por suspeita de favorecer um escritório de advocacia que atuou na defesa do bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães. Além disso, a Corregedoria do TJ abriu um processo disciplinar contra o magistrado.
A informação foi divulgada pelo “RJ2”, da TV Globo. De acordo com relatório da Corregedoria, Andrade, em outubro do ano passado, anulou uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual contra Capitão Guimarães, alegando que a PF não teria atribuição para fazê-la. Na ocasião, o bicheiro e outras 12 pessoas chegaram a ser presas organização criminosa.
Meses antes, em abril, o juiz fez uma viagem à Itália para um curso de cinco dias sobre combate ao crime organizado. Andrade foi um dos contemplados por uma bolsa sorteada pela Associação de Magistrados, de metade do valor da inscrição, o que deu aproximadamente 1,7 mil euros. No entanto, as despesas no local e as passagens deveriam ser custeadas pelos próprios participantes.
Despesas teriam sido pagas por advogados que defendiam Capitão Guimarães
A Corregedoria do TJ apurou que as passagens aéreas em classe executiva e passeios de lancha na Itália foram pagos por advogados que defendiam Capitão Guimarães. O relatório também afirma que o juiz fez outra viagem internacional em 2024, para a Croácia, além de pernoites em uma embarcação de luxo com 18 suítes. Além disso, o magistrado teria disputado campeonatos de poker em horário de expediente.
Em entrevista ao “RJ2”, o advogado de Juarez Costa de Andrade, Luis Gustavo Grandinetti, disse que o magistrado não teve direito à defesa prévia. Afirmou que o TJ julgou apenas o que está no relatório da Corregedoria e negou qualquer tipo de favorecimento ao bicheiro “porque a decisão foi confirmada por três desembargadores”.
Por fim, explicou que o advogado do escritório citado é amigo do desembargador e que amizade não é causa de suspeição. Segundo Grandinetti, esse advogado, que não teve o nome revelado, antecipou a compra da passagem no cartão de crédito e recebeu depois o valor em euros.
Um único juiz foi afastado por favorecimento?????