O Ministério Público Estadual (MPRJ) desenvolveu uma inteligência artificial para analisar e identificar irregularidades em candidaturas nas eleições deste ano. Já em operação, a ferramenta ajudou o órgão a pedir o indeferimento de Jorge Eduardo Mascote (PP), vice na chapa de Cláudio Ferreti (MDB) em Angra dos Reis.
Segundo o MP, o Robô do Registro de Candidatura, como foi batizada a ferramenta, é capaz de, em poucos clicks, identificar candidaturas irregulares, alertar questões que podem afetar a elegibilidade de algum candidato e analisar todo um banco de registros de forma automatizada.
O principal objetivo é dar celeridade ao processo de avaliação e eventual impugnação de candidaturas pelos promotores de Justiça. A tarefa era considerada muito trabalhosa, pois o membro do MP precisava pesquisar manualmente o nome de cada candidato em diferentes sistemas de informações.
Agora, essa verificação deixa de ser individual e exclusivamente manual, passando a ser feita em grupos e automaticamente. A plataforma foi desenvolvida pela Gerência de Análises, Diagnósticos e Geoprocessamento (GADG), em parceria com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais (CAO Eleitoral).
Processo eleitoral mais limpo
O procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, espera que a tecnologia contribua para um processo eleitoral mais limpo e eficiente. Ele ressalta que a tecnologia não substituirá a análise individual dos candidatos por parte do promotor de Justiça, mas pontua que o robô é capaz de, rapidamente, apontar possíveis inelegíveis.
“Isso amplia nossa capacidade de fiscalização e, desta forma, podemos entregar melhores resultados para a sociedade, que é o objetivo principal. O robô poderá ser um primeiro filtro, identificando prontamente candidaturas não elegíveis e alertando para as que podem ter alguma irregularidade. Dessa forma, há mais tempo para analisar minuciosamente todas as outras”, ressaltou.
A ferramenta é um serviço informativo que impacta a produtividade em auxílio à verificação das bases de dados. O promotor de Justiça Sidney Rosa, assessor da Secretaria Geral de Planejamento Institucional, comentou sobre os ganhos obtidos com a plataforma.
“Isso acelera e otimiza demais o trabalho do promotor, que era exclusivamente manual. Hoje, ele importa a lista toda e o robô apresenta os alertas sobre os candidatos e quais as questões críticas ou em desconformidade”, relatou.