A Rede Genômica Fiocruz implementou em seu site um novo painel de visualização de dados sobre a dengue. O “Dashboard de Dengue” disponibiliza dados sobre os sorotipos e genótipos da doença em circulação no Brasil.
É possível analisar os dados individualizados de todos os estados, com detalhes sobre a quantidade de genomas amostrados e sequenciados em mais de cinco décadas de circulação do vírus da dengue no país. Uma equipe de pesquisa com foco em bioinformática e ciência de dados desenvolveu a plataforma.
Experiência com a Covid-19
O painel é semelhante ao dashboard sobre o coronavírus, disponível no site desde o início da pandemia de Covid-19. É desenvolvido em linguagem Python com dados referentes a genomas depositados no banco de dados.
O painel de visualização de dados está disponível em português, inglês e espanhol. Além disso, a frequência de circulação de sorotipos também é apresentada, com base nos resultados laboratoriais (PCR), disponibilizados pelo Ministério da Saúde no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) desde 2007.
O virologista do Instituto Carlos Chagas (ICC), Tiago Gräf, também coordenador do desenvolvimento do Dashboard de Dengue, comentou sobre a plataforma. Assim como no caso do painel sobre a Covid-19, a atualização dos dados será realizada quinzenalmente, para que se possa acompanhar o comportamento do vírus.
“Apesar da abrangência temporal destes dados ser menor que o dado genômico, a representatividade populacional é muito maior, dando mais robustez nos cálculos de frequências e sendo possível observar o impacto de cada sorotipo nas sucessivas epidemias de dengue no Brasil,” explica Gräf.
Robustez analítica
A representatividade populacional confere maior robustez analítica, permitindo observar o impacto de cada sorotipo nas sucessivas epidemias de dengue ocorridas no Brasil. É o que destaca a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Lourdes Oliveira.
“Na última reunião da Rede, a Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência pactuaram com o grupo a necessidade de ampliação do escopo da Rede, incluindo a vigilância genômica de outros patógenos de importância para a Saúde Pública, tais como os arbovírus”, pontuou.
Ainda segundo Lourdes, “tais informações subsidiam a melhor compreensão acerca dos cenários epidemiológicos, da disseminação viral, das especificidades geográficas, dentre outros aspectos centrais que a adequação das políticas públicas, alocação de recursos e intervenções voltadas ao enfrentamento e resposta às epidemias e emergências em Saúde Pública”.