A deputada estadual Renata Souza e o federal Pastor Henrique Vieira, ambos do PSOL, questionaram o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, sobre a “Farra das Bravuras”. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindelpol).
Segundo a entidade, a corporação estaria fazendo o uso inadequado das promoções por bravura na corporação. Dados do sindicato afirmam que, desde a vigência da Lei Complementar nº 204/2022, o número dessas promoções, que deveriam ser excepcionais, cresceu de forma alarmante. Entre julho de 2022 e abril de 2025, 929 policiais civis e 71 delegados foram promovidos por bravura.
Os parlamentares perguntaram se existe algum ato administrativo normativo que regulamente os casos de promoção por bravura; quantos policiais civis foram promovidos por atos considerados de bravura; quais ações foram consideradas determinantes para embasar essas decisões; e em qual órgão é possível ter acesso aos processos administrativos que fundamentaram as promoções por atos de bravura.
Discussão da ‘Farra das Bravuras’ deve chegar à Alerj
O caso já chegou à Comissão de Segurança dos Direitos dos Policiais, da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OABRJ), presidida pelo advogado e delegado de Polícia Civil aposentado Orlando Zaccone. O colegiado pediu à Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (Alerj) a realização de uma audiência pública para discutir o assunto.
O presidente do Sindelpol, delegado Leonardo Affonso, por sua vez, critica a falta de transparência nas promoções e afirma que há casos de promoções aceleradas que desrespeitam a hierarquia e desmotivam os profissionais da corporação.
“A bravura não pode ser convertida em instrumento político. O atual modelo prejudica a todos os policiais civis e compromete a credibilidade da instituição”, afirma Affonso.
