O Ministério Público Estadual (MPRJ) cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra três denunciados que montaram uma rede de agiotagem e extorsão em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, que faziam espancamentos e outros crimes. A ação aconteceu nesta sexta-feira (15).
O ex-policial militar Luis Alexandre Silva, conhecido como Tenório, Flavia Ouverney Canella e Emille Canella Galhardo responderão por associação criminosa, roubo, extorsão e usura pecuniária. Os três foram presos.
A ação contra a quadrilha de agiotagem foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
De acordo com a denúncia, à primeira vista, Tenório e sua companheira, Flavia, possuem comércio voltado para a venda de cestas básicas e veículos usados, onde também trabalha Emille, filha de Flavia. Nos fundos do negócio, entretanto, as investigações apontam a existência de um esquema de empréstimos ilegais de dinheiro a juros abusivos.
Ainda segundo a denúncia, os alvos do grupo criminoso eram pessoas de baixo poder aquisitivo, que frequentemente não conseguiam quitar os pagamentos em dia e se viam obrigadas a enfrentar juros compostos excessivos, chegando a 20% ao mês.
Como resultado, as dívidas tornavam-se impagáveis e passavam a ser cobradas mediante violência, constrangimento e ameaças de morte, inclusive com o uso de armas de fogo.
Quadrilha de agiotagem ameaçava vítimas com armas e as agredia
O Gaeco apurou que muitos dos carros colocados à venda na loja dos denunciados foram entregues por vítimas que não conseguiram arcar com os compromissos assumidos. A denúncia também descreve diversos episódios em que Tenório utilizou arma de fogo para agredir e ameaçar as vítimas, exigindo o pagamento das dívidas ou a entrega de bens, inclusive imóveis. Há registros de entrega de veículos, notebooks, celulares e outros itens como parte do pagamento.
A denúncia destaca que os crimes de extorsão e ameaça cometidos por Luis Alexandre contaram com o auxílio de Flavia, que atuava na captação de clientes e realizava os contratos de confissão de dívida. Já Emille, embora sem participação direta nos outros crimes, era notoriamente associada aos denunciados, tendo pleno conhecimento do funcionamento do “negócio” da família.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo. Não foi possível localizar as defesas dos citados, o espaço permanece aberto.