O suspeito de matar a analista do Tribunal de Contas do Rio (TCE), Karen Mancini, de 39 anos, foi preso nesta segunda-feira (22) ao tentar fugir de Nova Friburgo para a cidade do Rio. Clodoaldo Queiroz de Oliveira, de 41 anos, ex-marido da vítima e principal suspeito do crime, foi levado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) da mesma cidade, na Região Serrana.
No último sábado (20), Karen foi encontrada morta por policias militares em Lumiar, distrito de Friburgo. Vizinhos teriam avisado aos policiais que, naquele mesmo dia, ela e Clodoaldo haviam brigado. O homem chegou a ser levado para a Deam da cidade, mas foi liberado por falta de provas. Parentes da vítima contam que ela tinha uma medida protetiva contra o ex-marido.
A necrópsia feita no domingo (21) aponta que a causa da morte foi traumatismo craniano encefálico por objeto contundente. Clodoaldo teria matado Karen com mais de 100 golpes, provocando hemorragia e traumatismo craniano. Logo após o laudo, o mandado de prisão contra Clodoaldo foi emitido. Ele foi localizado por policiais militares na manhã de segunda-feira, em um ônibus com destino ao Rio.
A policial Caroline Mancini, irmã de Karen, publicou em perfil no Facebook um relato sobre o caso: no sábado, agentes da PM a contataram para avisar sobre a morte da irmã, considerada suspeita pois seu rosto estava “muito machucado”: “Nesse momento, alertei a PM de que a Karen já vinha sofrendo violência doméstica há um tempo e que ela tinha uma medida protetiva contra o ex-companheiro, mas que eu não sabia se já havia expirado”.
Karen teria entrado num estado depressivo em 2018, após a morte dos pais, tendo se afastado do trabalho e de amigos. Nessa época, ela teria conhecido Clodoaldo, que trabalhava como cantor de bar sob o nome artístico Gustavo. A irmã afirmou que a relação era “bastante tóxica”: repleta de brigas, que ficavam mais violentas após o uso de drogas, e acabavam terminando em violência doméstica. Karen e Clodoaldo moravam na Ilha do Governador, na Zona Norte da capital, mas a vítima teria se mudado para Lumiar após a emissão da medida protetiva, em novembro de 2023.
Em entrevista à Inter TV, afiliado da TV Globo na região, Caroline detalha a relação dos dois, que teria sido reatada mesmo após a emissão da medida: “Infelizmente, ela conheceu esse homem nesse momento difícil da vida dela, e ele se aproveitou da fragilidade da minha irmã para ficar com ela ali, dava carinho e depois agredia. Ela sofria violência doméstica e depois ele dizia que iria mudar, e ela acreditava, não conseguia sair dessa relação. Talvez, até por conta da depressão, ela fosse tão dependente dele, e não financeiramente, já que era ela quem o sustentava”, concluiu.