O segundo dia de desfiles do Grupo Especial nesta segunda-feira (3), foi marcado por enredos que celebraram raízes africanas. Unidos da Tijuca, Beija-flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel passaram pela Marquês de Sapucaí, em uma noite de emoção e despedida na avenida. Também por ser o último desfile de Neguinho da Beija-Flor como intérprete da agremiação nilopolitana.
Nenhuma das escolas estourou o tempo, respeitando o máximo de 80 minutos. Na segunda noite do novo modelo de quatro desfiles por dia, a Vila Isabel encerrou sua passagem pela Sapucaí às 4h24, ainda na madrugada.
Nesta terça-feira (4), Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela encerram os desfiles do Grupo Especial. A apuração das escolas de samba do Rio de Janeiro acontece na Quarta-Feira de Cinzas (5).
Unidos da Tijuca

A primeira agremiação a passar pela avenida foi a Unidos da Tijuca. A escola defendeu o enredo sobre o orixá Logun-Edé, conhecido como o “Santo menino que o velho respeita”.
O desfile entrelaçou a vida da entidade, com a ajuda de integrantes grávidas que representavam sua gestação sagrada no abre-alas, até a juventude do Morro do Borel. Com uma apresentação vibrante, nas cores amarelo e “azul pavão”, símbolos da escola.
A Unidos da Tijuca passou sem Rainha de Bateria, após a perda da filha de Lexa — dona do posto —, semanas antes do Carnaval. Como homenagem, a agremiação optou por não substituir a cantora.
Beija-Flor de Nilópolis

A Beija-Flor fez o segundo desfile da noite com uma homenagem dupla. Em seu último ano como intérprete, Neguinho da Beija-Flor se despede após 50 anos, com um samba sobre Laíla (1943-2021), carnavalesco que participou de quase todos os 14 títulos da escola.
O samba-enredo e a bateria com longas paradas levantaram a Sapucaí. O último carro trazia uma referência ao icônico Cristo coberto do desfile de 1989, com uma faixa com os dizeres “De orum, olhai por nós”.
Acadêmicos do Salgueiro

O Salgueiro tenta seu décimo título do Grupo Especial com “o corpo fechado”, em um enredo sobre amuletos e outros rituais de proteção da cultura popular brasileira. A comissão de frente “botou fogo” em um terreiro na avenida.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira representaram Xangô e Iansã, dois orixás guerreiros. A dupla depois pegou uma moto, trocou de roupa e voltou para ser destaque do sexto e último carro — um pedido de Zé Pilintra que, consultado, pediu que o primeiro casal estivesse em sua alegoria.
Unidos de Vila Isabel

A Vila Isabel destoou dos enredos das demais agremiações da noite, e levou fantasmas e monstros para a avenida, através da visão inovadora e alegorias inusitadas do carnavalesco Paulo Barros.
“Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!” também foi marcado pelo uso de tecnologia, de um trem fantasma a uma bruxa voadora. Nas fantasias, criaturas e assombrações. Até a bateria cruzou a avenida vestida de vampiros.