Pré-candidato a vice-prefeito em Duque de Caxias, o deputado estadual Marcelo Dino (União) acusa o Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro-RJ) de estar atuando tendenciosamente no município — que é berço político do ex-prefeito e atual secretário de Transportes, Washington Reis (MDB)
O parlamentar aprovou, na Comissão de Transporte da Assembleia, uma vistoria na qualidade dos serviços de Duque de Caxias, marcada para a manhã desta segunda-feira (24). No entanto, o presidente do Detro, Leonardo de Lima Matias, respondeu, por ofício, que não poderia participar da vistoria da comissão em função do sigilo que demanda as ações do órgão, bem como sua autonomia de suas atividades.
Por coincidência ou não, o Detro realizou justamente na manhã desta segunda-feira uma megaoperação para verificar os ônibus intermunicipais em todo estado, incluindo, claro, terminais de Duque de Caxias.
Quando chegou à chamada rodoviária velha da cidade, acompanhado de Giovani Ratinho, membro titular da comissão, Dino estranhou que o lugar parecia fantasma, o que ativou o desconfiômetro de que a ação da Alerj foi vazada por ser liderada por Dino.
Ratinho afirmou que fará um relatório ao que foi considerado “boicote” a uma fiscalização da Alerj. Dino, por sua vez, vai pedir que o colegiado chame o presidente do Detro para prestar esclarecimentos.
Indicado da família Reis
O presidente do Detro, Leonardo de Lima Matias, foi aquele que tentou dar uma carteirada na CPI do Reboque da Alerj, ao dizer, sem sequer ser perguntado, que estava no cargo por indicação da família Reis. A resposta foi interpretada pelos nobres como uma tentativa de intimidação, o que deixou o órgão mais queimado do que nunca.
Não à toa que está na pauta da Assembleia Legislativa (Alerj) desta terça-feira (25) uma proposta para extinguir o Detro. O autor é Filippe Poubel (PL), e o texto pede que o governador Cláudio Castro (PL) acabe com o órgão e transfira suas funções para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Desde abril, os deputados começaram a defender com mais veemência a extinção do departamento, principalmente depois de ter assinado um contrato R$ 16 milhões com o Consórcio Rio Parking Carioca para os serviços de remoção, depósito e guarda de veículos rebocados.