A denúncia feita pelo deputado Carlos Minc (PSB) de que policiais teriam sido coagidos a participar de um culto religioso, no Largo do Machado, voltou a gerar discussão no plenário da Assembleia Legislativa (Alerj), nesta quarta-feira (27). Os deputados Douglas Gomes (PL) e Tia Ju (Republicanos) se voltaram contra a denúncia de Minc, afirmando que poderia desencadear “perseguição religiosa”.
O tema já havia sido debatido na terça (26), quando Carlos Macedo (Republicanos), em resposta ao relato de Minc, o presenteou com uma bíblia. Desta vez, Gomes afirmou que não aceitaria que o coordenador que organizou o “culto” seja punido. “A laicidade precisa ser defendida. Aquele PM que quiser fazer sua reza, que possa fazer. Aquele que é muçulmano que quiser estender seu tapete, que estenda”, disse.
Tia Ju, por sua vez, disse que eventuais represálias ao organizador da oração poderia configurar perseguição. Contudo, destacou seu respeito por Minc e disse acreditar que esta não era a intenção do colega. “Eles não estavam em culto, simplesmente se reuniram para pedir proteção a Deus antes de começar o trabalho. Não se pode punir um agente de segurança pública porque ele convidou os policiais”, explicou.
Em sua defesa, Carlos Minc destacou que seu ponto é que 28 PMs, fardados e armados e em horário de expediente, teriam sido instados a participar de um ato religioso, e que, enquanto isso, “os pivetes estavam fazendo a festa”. Ressaltou que todos têm direito a manifestar sua fé, desde que fora do horário de trabalho, por livre e espontânea vontade. sem que a pessoa seja instada.
“Sou conhecido na casa como um defensor da ampla liberdade religiosa, de fé, sem preconceito e discriminação. O fato mencionado ontem e retomado hoje não diz respeito à fé e devoção. Um grupo de 28 PMs, em horário de serviço, uniformizados e armados ficou por cerca de meia hora numa preleção religiosa no Largo do Machado. Conversei com alguns deles que disseram eu foram fortemente instados pelo comandante”, pontuou Minc.