A cidade do Rio de Janeiro já vive uma epidemia de dengue. A constatação foi feita pelo prefeito Eduardo Paes e pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (2), durante apresentação do plano de contingência para combater o avanço da doença. Apenas em janeiro de 2024 foram 10.156 ocorrências, 44% do total registrado em todos os meses do ano passado.
O planejamento apresentado prevê uma série de medidas para a assistência da população e o combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da virose e também da zika e da chikungunya. Entre as estratégias estão a criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue); a abertura de dez polos de atendimento para a doença e a dedicação de leitos para pacientes graves nos hospitais da rede municipal.
Além da entrada compulsória em imóveis fechados e abandonados, haverá o uso de carros fumacê nas regiões com maiores incidências de caso. As regiões de Campo Grande e Guaratiba, na Zona Oeste, são as mais atingidas. O Grande Méier, Tijuca e adjacências e a área de Santa Cruz também têm casos acima da média da cidade.
“Em um único mês de 2024 nós já temos quase a metade dos casos de todo o ano anterior. É um limite superior muito acima do que esperávamos. E isso configura uma situação epidêmica. Temos um aumento do número de casos sustentado na série histórica, com repercussões nas clínicas e na rede assistencial. Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente, chegamos a ter, num único dia, 569 casos notificados”, expôs Daniel Soranz.
Números no estado
O estado do Rio de Janeiro registrou 17.544 casos de dengue apenas no mês de janeiro deste ano. O número é 12 vezes maior que o registrado no mesmo mês do ano passado (1.441).
Dos 92 municípios fluminenses, 14 apresentam taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes. Itatiaia e Rio das Ostras aparecem com alta acima do esperado para a sazonalidade da doença que, historicamente, costuma ocorrer entre os meses de março e abril.