A Polícia Civil do Rio iniciou, nesta quarta-feira (13), uma operação para desarticular um esquema que teria fraudado a Uber em cerca de R$ 114,9 mil. Agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, na Zona Norte do Rio, contra duas pessoas apontadas como principais envolvidas no golpe. As informações são do G1.
Segundo a Delegacia de Defraudações, o grupo criava contas falsas de motoristas e passageiros usando inteligência artificial para manipular fotos e burlar o sistema de verificação da plataforma. Foram identificados cerca de 70 perfis de motoristas falsos, a maioria com imagens adulteradas para ocultar a identidade dos criminosos.
A própria Uber acionou a polícia em dezembro, após identificar as irregularidades. Ao todo, a empresa registrou prejuízo de R$ 114.908,31. A investigação agora busca identificar possíveis comparsas e verificar se o golpe também foi aplicado em outras cidades ou plataformas.
Como era o golpe
O golpe consistia em registrar corridas pagas via Pix e, em seguida, incluir múltiplas paradas para aumentar o valor da viagem. Embora o valor extra não fosse pago pelos “passageiros”, a Uber repassava o montante integral ao “motorista”.
Ao todo, a empresa detectou 1.922 corridas suspeitas — 1.125 canceladas e 797 concluídas. As investigações apontam que 484 contas de usuários foram criadas para solicitar as viagens, sendo 478 delas associadas ao mesmo endereço de um dos investigados. As corridas eram realizadas por 73 contas de motoristas, todas com dados bancários vinculados à outra acusada.
O que diz a Uber
Em nota oficial, a Uber informou que os mecanismos antifraude da plataforma detectaram os casos relatados. Confira a nota na íntegra:
“A Uber esclarece que os mecanismos antifraude da plataforma detectaram os casos relatados, o que fez com que a empresa realizasse a denúncia para as autoridades competentes. Desde então, a Uber vem colaborando de forma ativa com a polícia para a identificação dos suspeitos, sempre respeitando os termos da lei.
Nossas equipes de detecção de fraudes usam análises manuais e sistemas automatizados de aprendizado que analisam mais de 600 tipos de sinais diferentes à procura de comportamentos fraudulentos. Estamos permanentemente implementando novos processos e tecnologias para evitar fraudes e aprimorarmos o treinamento dos nossos agentes, enquanto seguimos trabalhando para ficar à frente dos golpes mais recentes”.