O aumento da violência e o número elevado de ônibus sequestrados para serem usados como barricadas, atingindo diretamente os motoristas de ônibus, fez com que aumentasse o número de profissionais que procuram por atendimento psicológico. Também cresceu a quantidade de rodoviários que pedem para trocarem de linhas.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários da capital, a maior incidência é entre profissionais que atuam em trajetos que cortam a Avenida Brasil. Além dos pedidos, há aqueles profissionais que simplesmente pedem demissão. De acordo com Sebastião José, presidente do sindicato, os motoristas não suportam mais a insegurança.
Segundo José, além do elevado número de assaltos nos coletivos, os profissionais convivem agora com os sequestros dos ônibus que são levados para dentro das comunidades por criminosos, o que acaba por afetar o lado psicológico do profissional.
“Para se ter uma ideia do trauma psicológico que a violência vem trazendo aos profissionais, de 2022 até o primeiro semestre deste ano, mais de 240 profissionais pediram afastamento das empresas devido a violência. Essa situação está ficando sem controle e insuportável para a categoria”, disse.
Números
Sebastião José destacou ainda que, desde junho, o sindicato disponibilizou em sua sede de Campo Grande, na Rua Jaguaruna, 283, na Zona Oeste, atendimento psicológico para os profissionais e seus familiares. No entanto, a procura foi tão grande, principalmente por parte dos familiares dos motoristas, que o sindicato foi obrigado a passar de um para dois dias o atendimento psicológico.
“Ficamos assustados e principalmente preocupados com o aumento no número de consultas. Quando iniciamos o serviço em junho, eram atendidas cerca de 15 pessoas por semana. Agora, esse número passou para 40 atendimentos semanais. Até o momento já foram realizados 288 atendimentos”, explicou.