Durante reunião desta terça-feira (13), a CPI da Transparência da Assembleia Legislativa (Alerj) deliberou o envio de um ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) solicitando a suspensão imediata do contrato com o Detro e com o consórcio Rio Parking, empresa responsável pelo serviço de reboques na cidade. A comissão critica a falta de transparência e outras denúncias de problemas associados ao serviço da empresa.
A solicitação, feita pelo deputado Rodrigo Amorim (União) e aprovada por unanimidade pelos parlamentares, também será enviada à Comissão de Orçamento da Alerj. A reunião da CPI discutiu problemas relacionados às blitzes e aos serviços de reboque no Estado do Rio.
Ausência do Rio Parking
Além da ausência do proprietário do consórcio Rio Parking, Jorge Esteves, e de representantes de outras três empresas de reboque que atuam na região, o aumento no número de veículos apreendidos, especialmente motocicletas, surpreendeu a comissão. Em apenas 21 dias, foram apreendidas 1.575 motos, sendo apenas três delas objeto de roubo.
“Tem alguma coisa muito errada que precisa ser interrompida imediatamente”, reforçou o presidente da CPI, deputado Alan Lopes (PL). “Essa empresa só pensa em lucrar. É covardia apreender moto de trabalhador”, afirmou o vice-presidente, deputado Filippe Poubel (PL).
Diante da ausência dos representantes, a CPI aprovou outra deliberação que determina a condução coercitiva dos mesmos à próxima reunião da comissão, marcada para sexta-feira (23), às 11h. A medida se aplica, além do proprietário da Rio Parking, aos representantes das empresas De Jesus Reboque, Jomal Auto Socorro e N Reis Reboque, que também não compareceram.
O que diz o Detro
Presente à CPI, o presidente do Detro, Leonardo Vasconcelos, informou que o contrato será suspenso e que o órgão notificou a Rio Parking sobre as irregularidades encontradas no pátio de Vargem Grande, na última quarta-feira (7). A empresa possui outro pátio em Mesquita, que também será alvo de fiscalização da CPI, conforme deliberação realizada nesta terça-feira.
‘CPI do Fim do Mundo’
Na última sexta-feira (9), a CPI da Transparência aprovou por unanimidade a prorrogação de seus trabalhos por mais 90 dias. A comissão, também chamada de “CPI do Fim do Mundo“, tem o objetivo de investigar, entre outros indicativos de falta de transparência no governo do estado, o descumprimento da Lei de Acesso à Informação e irregularidades nos processos do Sistema Estadual de Informações (SEI).
A CPI já havia sido prorrogada, no dia 18 de março, em discussão única, por 60 dias. O pedido foi feito pelos membros da comissão, que afirmam precisar ouvir representantes de diversos órgãos e solicitar documentos para concluir o relatório final.
Além do presidente Alan Lopes, a comissão é composta pelos deputados Filippe Poubel, vice-presidente; Rodrigo Amorim, relator; além de Marcelo Dino (União), Val Ceasa (PRD) e Giovani Ratinho (SDD).