A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) retirou de pauta, nesta quinta-feira (18), os 612 projetos de resolução que concediam medalhas e diplomas a diversos homenageados — como o ex-deputado federal Alexandre Ramagem (PL) —, após uma confusão entre deputados.
A decisão foi anunciada pelo presidente em exercício da Casa, Guilherme Delaroli (PL), que afirmou que não houve acordo entre os líderes partidários. Diante do impasse, ele retirou todos os projetos de ofício.
“Não teve acordo. Infelizmente, a presidência retira de ofício todos os 612 projetos de resolução. No ano que vem, a casa vai votar quatro ou cinco por mês”, declarou Delaroli antes de encerrar a sessão.
O que causou a queda das 612 homenagens
Segundo o deputado Luiz Paulo (PSD), houve uma tentativa de pacificação no colégio de líderes para retirar apenas poucos nomes, principalmente aqueles com problemas judiciais. No entanto, o entendimento acabou sendo desfeito no plenário.
“Ficou claro que poucos nomes seriam retirados, principalmente aqueles que estavam com problemas judiciais. Não se falou em vereador ou deputado”, afirmou. A lista incluía vereadores de diferentes municípios.
Pedido de quórum travaria votação já apertada
O parlamentar destacou ainda que, com uma lista extensa, bastaria um deputado pedir verificação de quórum para inviabilizar a votação.
“Numa votação com 600 nomes, bastaria qualquer um destacar e pedir verificação de quórum, e acabou a votação”, explicou. “Me parece prudente dividir essa pauta e ir voltando no retorno desde fevereiro. Porque não vai se resolver aqui agora com tiro, porrada e bomba.”
Críticas ao possível uso eleitoral das homenagens
Durante a sessão, deputados também levantaram críticas ao uso das homenagens em ano pré-eleitoral. Átila Nunes (PSD) afirmou que a concessão em massa pode ser interpretada como campanha antecipada.
“Em última análise, isso pode ser interpretado como compra de votos. É uma questão de interpretação, mas é um tema muito sério”, disse.
Com o impasse, a sessão foi encerrada sem votação das homenagens, que agora ficarão para 2026, em uma nova sistemática prometida pelo presidente em exercício da Alerj.

