Se há uma certeza no PL dos Bolsonaro, a esta altura do campeonato, é que o turbinado governador Cláudio Castro tem que ser candidato ao Senado. O moço ganhou impulso com a ação das polícias nos complexos do Alemão e da Penha, e voltou ao jogo da eleição — com força total.
Mas, hoje, a grande questão para Castro é com quem vai ficar o governo, quando ele sair. O primeiro na linha sucessória é o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União) — mas o governador já disse que não entrega o Palácio Guanabara para ele de jeito nenhum. Os dois romperam, depois que Bacellar demitiu Washington Reis da Secretaria estadual de Transportes — quando estava como governador em exercício, na ausência do titular, sem o conhecimento e a permissão de Castro.
Nicola Miccione pode ser o nome técnico de consenso para o lugar de Castro
O desenho da sucessão provisória passa pelos presidentes dos partidos da base do governo. Caberá a Altineu Côrtes (PL), Dr. Luizinho (PP), Washington Reis (MDB), Áureo Ribeiro (SDD) e Antonio Rueda (União) a construção de uma saída para o impasse. Até o prefeito Eduardo Paes (PSD) pode participar dessa cúpula decisória — a depender de como estejam as alianças para a disputa pelo governo.
A ideia é ter um técnico — e não um político — para tocar a administração estadual a partir de abril, quando Castro precisará renunciar para ser candidato. Bacellar assumiria o posto de governador em exercício; o vice-presidente da Assembleia, Guilherme Delaroli (PL), ocuparia o comando da casa legislativa e convocaria, de imediato, novas eleições — indiretas.
E é aí que mora o perigo.
Castro só sai se houver a garantia, assegurada pelos líderes partidários, de que será eleito um governador provisório de consenso, técnico — e que não seja Bacellar.
Hoje, o nome mais forte na roda é o do secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado, Nicola Miccione. Mas muita água ainda pode rolar nestes próximos cinco meses.

